6 de dezembro de 2011

Revolta

Hoje decidi entrar nas memórias de outra pessoa. Não porque queria, mas porque tinha de ser, tinha de ultrapassar os fantasmas da minha cabeça, tinha de conseguir acabar com parte deles, precisava de me libertar… Sabia desde o início que não ia ser fácil… (Pois está claro que não!)
Pergunto-me porque é tão importante viajar por estas memórias que não são minhas, mas ao mesmo tempo me magoam tanto… Dói ler, dói perceber o quão injusto são as coisas, dói perceber que a pessoa que mais amamos no mundo foi maltratada assim, dói mesmo…
Dói perceber que tudo não passava de mera fita para lhe chamar a atenção, para a levar a dizer coisas que não queria, para a deixar desesperada de preocupação… Dói saber que, depois de toda a ajuda possível e imaginária que ela pôde dar a quem a maltratou, esse alguém só lhe fez mal, continuou a maltrata-la, continuou a ser o mesmo filho da mãe que a ignora, enquanto ela lhe conta as suas coisas, como fora o seu dia, como se sente, e ele apenas diz “lol”, “é bem-feita!”, “havia de ser pior!”, enquanto está a jogar! E depois vem todo coitadinho dizer que isto e aquilo, que se quer matar ou que não aguenta! Sabe bem ele o que isso é! Se realmente soubesse!!! Ele sempre teve ajuda, ela sempre o tentava ajudar, ficava em pânico por ele, e tentava-o ajudar mesmo assim, e ele maltratava-a, continuamente, mas ela tinha de o ajudar, PORRA, PÁH! CHEGA!!!
*Suspiro*
Eu não tinha ninguém, ninguém para me ajudar! Tantas vezes chorei, tantas vezes implorei a algo que não acreditava por ajuda, tantas vezes eu pedi alguém como ela, mas tantas! “Vê de positivo nos teus amigos aquilo que vês de negativo (…) ”… Mas era tão difícil… E se fosse só isso… Sim, quando me disseram isso eu parei, chorei, acabei de chorar, e disse “obrigado…”. Mas isso foi só uma vez... Das outras vezes, como era? Marcas lembram-me de como era, de como fui, de como vivi aquela ténue vida, com aquela pequenina esperança… Aguentei sozinho, continuava a pedir por alguém como ela…
E AO MESMO TEMPO, ALGUÉM NÃO APROVEITAVA A DÁDIVA QUE TINHA NAS MÃOS! ALGUÉM NÃO DIZIA “OBRIGADO”! PORQUÊ?! Alguém teimava em ser cruel, em ser parvalhão, em ser idiota, em tudo e mais alguma coisa, e eu ODEIO-O!
O Medo faz-nos recuar, faz-nos ficar, viver por mais que não queiramos, faz-nos acreditar que tudo vai melhorar, faz-nos dizer “obrigado” a quem nos ajuda!!
Sim, estou-me a comparar, não me interessa o que pensam, não me interessa o quão egoísta sou ou deixo de ser, não me interessa nada, por uma vez na vida quero pensar primeiro em mim!!! Sim, sou melhor que ele, digam o que disserem, julguem como quiserem, simplesmente NÃO QUERO SABER! SOU MELHOR QUE ELE, BEM MELHOR QUE ELE, PORQUE SEI DIZER “OBRIGADO” EM VEZ DE “VAI-TE EMBORA, ISSO NÃO SERVE DE NADA”!!!
*suspiro…*
Depois da tempestade vem a bonança…
Não sei se lhe chame de sorte ou azar, mas a ela calhou-lhe outro amigo (se é que posso chamar ao outro de amigo dela, uma vez que a tratava mal e porcamente, não queria saber dela para nada e não lhe ligava absolutamente nenhuma…), que tinha problemas, problemas a sério… Se calhar estou a subestimar o que o outro tinha, pouco me importa, pelo que ele dizia, era muita garganta e poucas as acções… Por isso das duas uma, ou não estava assim tão mal, ou então era mesmo estúpido para no fim de tudo, apesar de todo o mal que fez a ela, não ser capaz de dizer no mínimo “obrigado”…
Metade das coisas que me passam pelo cérebro quase em combustão ficam para trás, nem mesmo eu sou capaz de acompanhar o meu próprio pensamento que fervilha a velocidades enormes, mas não importa, talvez houvesse muito mais para dizer sobre isto…
Ela aprendeu o que era de facto ter um amigo a sério, que a escutava em vez de fingir que a ouvia, que se preocupava a sério com ela em vez de fingir que se preocupava quando lhe dava jeito, um amigo que lhe dizia “Quem me dera que um dia pudesse namorar contigo…” sentindo o que estava a dizer, um sentimento que nunca sentira antes, algo que transcendia tudo e todos, algo que se elevava para lá do possível e imaginário, algo puro, algo capaz de salvar uma vida… Salvou a minha… Esse sentimento, essa menina…
O meu cérebro trabalha furiosamente, enquanto me afogo no mar de música que me desperta para o Mundo, sei que esta me impede de pensar, por isso mesmo, escrevo sem pensar, não tenciono parar, não tenciono deixar de ouvir este meu Mundo, o meu primeiro Mundo que me acolheu de braços abertos, não tenciono deixar de amar por não pensar, não tenciono parar de viver a minha vida, a nossa vida, não tenciono nunca deixar de te olhar nos olhos e dizer-te “Amo-te”, não tenciono NUNCA parar de te abraçar e, encostado ao teu ouvido dizer-te "Arigato"... Não tenciono voltar a ter estes conflitos internos que me moem cá dentro e me fazem ter estas explosões de sentimentos…
“Tudo passou, nada restou, apenas nós… Nós que somos um do outro, que somos o espelho um do outro, completos e perfeitos, uma superfície lisa e sem lascas…”


(Peço-te que não sejas muito dura, que não me julgues demasiado, mas tudo isto tinha de sair, estava a fazer-me mal toda esta revolta cá dentro… Perdoa-me…)


(Aos Leitores, peço desculpa pela confusão, muitos de vós estarão confusos, apenas leiam com atenção, ou simplesmente não liguem e ignorem…)

27 de outubro de 2011

Só sou eu graças a ti... Luz...

Sou Vento, sou Tempestade, sou Chuva ou Crueldade. Sou Calmaria, sou Ternura, sou Calor, sou Alegria. Sou eu. Nada mais que eu e eu só. Mas podia ser mais. Sim, podia. Sou mais, então. Melhor? De certa forma. Que posso mais juntar? Sou eu e eu só. Mas não quero estar só… Quero estar acompanhado… Pode ser, Porque não? Mas espera… Afinal não quero estar só acompanhado. Quero mais. Quero mais e mais, quero o limite, ou talvez mais ainda. O limite é tudo aquilo que qualquer um ambiciona. Eu não sou qualquer um. Sou perfeito, e imperfeito, pois então. Sou perfeito para ela, o resto, não interessa. Sim, tem de haver uma “ela”. Como não podia deixar de ser, tal companhia tem de ser algo mais. Não quero apenas uma companhia, já disse! Quero-te a ti, quero que venhas, quero que me domines, quero ser teu e só teu, de mais ninguém, agora e sempre. Quero perder-me em ti, quero entrar num estado de loucura pura, que só tu me podes dar. Vem, minha Luz, vem até mim. Mais ninguém é Luz, apenas tu. Vem, receber-te-ei de braços abertos, tomarei conta de ti, como sempre tomei… E vou continuar a tomar… Melhor? Sim, agora sim… Poderei agora deitar-me em paz, descansar sobre os teus braços que me dão aconchego e segurança? Não, ainda não… Ainda não é o momento… Ainda sinto cá dentro, a vontade de te ter, de seres só minha, de sentir isso mesmo… E adormecemos no fim, descansados os dois… E assim tudo é perfeito… Não estou só, tu não estás só… “Ela” ganhou uma forma, um corpo, uma vida, uma alma, um amor, único e perfeito: Eu… “Ela”, que é Luz; A minha Luz… O Meu Tudo, a Minha Vida, Aquela que eu amo agora e para sempre… “Dorme, Meu Amor, dorme bem… Eu cuido de ti…”
E finalmente me encontro, descubro quem sou, de quem sou, qual o meu propósito… Sou ‘O Teu Anjo, sou apenas teu, vivo para te Amar, para ti…
E agora posso dormir, nos teus braços… Fecho os olhos, sinto uma vez mais a tua pele macia, o teu cheiro, a tua presença…
Escuridão, escuridão quente e confortante. Um Som. Vem a calmaria novamente, a manhã desponta lá fora, calma e serena, o Sol nasce tímido para lá do horizonte… Um último beijo, uma saída, até ao próximo encontro…
Amo-te…

No Inverno não preciso de mantas para me aquecer... Tenho-te a ti...
No Verão o calor que tenho não provém do Sol... Provém de ti...
O resto é entre Nós...

10 de outubro de 2011

Dead Inside - Mudvayne


I don't feel good, just an ordinary day
I don't care much, about what you think

[Chorus]
It all washes away, in the end
Under skies so gray, in the end
We're all dead inside, can't deny what is real, the pain I feel
Dead inside, can't deny, always suffering
It's just my way

I've seen enough, no more hurt today
All damage is done, no more life this way

[Chorus]

It all washes away, in the end
Under skies so gray, in the end
We're all dead inside, can't deny what is real, the pain I feel
Dead inside, can't deny, always suffering...
Yeah

Every single one, from every single way
All they do is drag me down and I know it'll never change
Every drop of blood, flows right down the drain
And though I spilled it all for you, you never appreciate
You never appreciate, we're all

Dead inside, can't deny what is real, the pain I feel
Dead inside, can't deny, always suffering
It's just my way
Dead inside, can't deny what is real, the pain I feel
Dead inside, can't deny, always suffering
It's just my way

I'm Back...

Caros Leitores:

Decidi voltar a escrever. Não o faço por mim, nem por vocês. Faço-o pela minha Luz, que tudo merece, agora e sempre. Ficam aqui algumas palavras que lhe escrevi, do assunto, não têm de ver, apenas ler se quiserem, claro.  Está tudo bem...

Peço desculpa a todos aqueles que de algua forma ficaram afectados pela minha ausência (mas há tantos escritores por aí, eu sou apenas mais um, substituivel...)

Para o "regresso" do guerreiro da Luz, fica aqui um texto que escrevi recentemente (daí que o esteja a publicar) e também uma música que gosto bastante, que me levou a pensar...

Até já, caros Leitores, e obrigado por ainda abrirem esta página, procurando não mais que pensamentos dos sete pecados mortais.


"Pronto, amor... Agora presta atenção. Já passou, está bem? Quero pedir-te para também não parares de mostrar aquilo que escreves, quero que me ajudes, está bem, amor? Eu perdoou-te tudo, meu amor... És mais que a minha vida, mais que o meu mundo... És o meu tudo... E eu amo-te tanto tanto tanto... Eu percebo-te, como sempre percebo, amor... É mais fácil ignorar e esquecer, fingir que está tudo bem... Mas eu preciso de ti, amor...
Nestes últimos dias, tenho sentido mais a tua falta do que o habitual, não sei porquê... Dou por mim deitado, no sofá ou na cama, a fazer alguma coisa ou simplesmente a pensar em ti, e apercebo-me do vazio que de repente aparece, do silêncio que de repente se abate nesses momentos... Numa destas noites, adormeci agarrado a almofada, e ao acordar, olhei para baixo e parecia que estava a ver o contorno do teu corpo, parecia que estavas mesmo lá... Mas depois ouvi o silêncio, limpei os olhos e era só a almofada... Fiquei um bocadinho triste, queria que fosses tu e não a almofada a estar lá, deixou-me desiludido comigo mesmo, como se a culpa fosse minha...
Mas agora ouve, meu amor. Já passou, já acabou, esses tempos de espera intermináveis já lá vão, agora estamos juntos muitas vezes, já passou, meu amor... E não digas o teu típico "não passou não!", porque já passou, meu amor... Eu amo-te, incondicionalmente, agora e sempre... Percebeste bem, amor? És o meu tudo, sempre foste, meu amor... Já passou, meu tudo... Agora preciso que me continues a ajudar, está bem? Não quero que pares de escrever, se parares, nem eu sei o que te vai aí, porque não posso ver aquilo que não mostras, não estou a falar de ME mostrares, mas sim de mostrares a tantos outros que gostam de ler aquilo que as pessoas têm para dizer... Fazes isso, amor, por mim? Amo-te tanto, tanto... "

Esquizofrenia

Hoje vi um filme. Era sobre a história de um homem que tinha alucinações, via pessoas e pensava que essas pessoas eram reais. Deixou-me a pensar...
E se de repente descobrisse que o meu tudo não existe, que ela era apenas fruto da minha imaginação, que era apenas a busca desesperada da minha mente pela perfeição? E se um dia alguém chegasse ao pé de mim e me dissesse que eu não era capaz de distinguir a realidade da fantasia? Fico pensativo, porque se formos a ver, ela é tudo o que eu sempre quis, ela é a perfeição que me faz viver, que me mantem vivo e feliz... No filme, a dada altura, o homem decide ignorar essas pessoas que imagina, mesmo estando elas presentes, ignorá-las, ás suas presenças, pedidos, olhares...Eu não era capaz… Se ela não fosse real, se fosse apenas fruto da minha imaginação, não suportaria saber, preferia continuar a pensar que ela era real, que não vivia num longo e feliz sonho em que tudo era perfeito, ela era perfeita, e só isso interessava... Não seria capaz de viver com essa realidade, saber que tudo o que penava ter vivido afinal tinha sido apenas imaginação... É por isso que por vezes penso na sorte que tenho, em tê-la, em tê-la encontrado a tempo... Em ter vivido tudo o que vivi com ela até agora, em ainda termos tanto para viver...
No fim do filme, o homem vê uma vez mais as figuras que tinha imaginado e vira-lhes as costas uma última vez... Outra coisa que eu seria incapaz de fazer... Virar as costas ao meu tudo, à minha Luz... Tenho tanta sorte... Por ela ser como é, por ser ela mesma, por me amar tanto, tanto como eu a amo a ela, para sempre... Por ela ser real... Às vezes é difícil de acreditar, que de facto ela existe mesmo, que a perfeição dorme nos meus braços e que, quando adormeço nos dela, sei que ao acordar ela vai continuar lá, como sempre, para sempre... E por isso mesmo agradeço-lhe em silêncio, por ela ser tão real, por me fazer tudo o que eu sinto, por me fazer feliz, por tudo, antes de também eu adormecer nos braços dela...

23 de setembro de 2011

Caros Leitores

Aqui fica um aviso de que a História conjunta que era escrita por mim e por outros irmãos D'armas, foi fechada (pela minha parte), devido à desistência de um dos escritores.

Peço perdão por parar assim, mas com a falta de um dos elementos, é impossivel continuar.

Também irei fechar o blog por uns tempos, não tenho tido muita paciência para escrever, nem paciência, nem vontade, verdade seja dita, coisas minhas... Por isso, ausentarme-ei destas páginas por uns tempos.

Obrigado.

7 de setembro de 2011

Para Inês...

Preciso tanto de ti, meu tudo... Estes dias têm sido tão difíceis... Sinto que quanto mais tempo passa, mais longe de ti estou, sinto que não te consigo chegar, que não consigo tocar-te... Sinto-me tão perdido... Às vezes tento pensar em nós, nos nossos momentos em que estamos só os dois, sozinhos, e dou conta de que não sou capaz... Não sou capaz de relembrar, de imaginar, de sonhar... Porque sinto que não consigo, não tenho força suficiente para pensar em coisas felizes, sinto-me a cair, sinto que não estas, é quando mais preciso de ti, tens sempre de te ir embora... Não consigo reter tudo isto cá dentro... Quem me dera puder... Só me apetece chorar, às vezes largar tudo, tentar cais, esperando encontrar-te no fim da queda... Eu amo-te tanto tanto, tanto... Tu és o meu Tudo, eu preciso tanto, mas tanto de ti... Foste tu que me deste vida outra vez, que me ensinaste a viver outra vez, a ter um objectivo, um propósito, uma razão... Tu, meu pequeno pedaço de céu... Tu és por quem eu vivo, a quem eu me agarro com todas as forças... Tu manténs-me vivo... Só pelo facto de existires, pelo facto de puder olhar para ti... O meu medo de te perder é tanto, tanto, tanto... Por vezes, tento imaginar como tudo seria sem ti, e apenas vejo vazio, negro, nada... Quando me lembro disso, dá-me vontade de chorar, de te abraçar, de me deitar no teu colo e fechar os olhos, sentir que estas ali comigo, que existes para mim... Posso estar a ser egoísta, mas todos os outros conseguem viver sem ti, de uma maneira ou de outra, mas eu não consigo... Se antes de te ter não conseguia, não vivia, era apenas uma marioneta, então depois de tudo aquilo que vivemos juntos, depois de tudo o que sentimos de novo, depois de me fazeres tão feliz como fazes, a minha existência não faz sentido nenhum... A minha existência só faz sentido para ti... Eu apenas existo para ti, para mais ninguém... Gosto de acreditar que sou o teu ideal, que sou feito a tua imagem, que fui moldado e aperfeiçoado para ti, antes de te ser entregue... Tu alimentas-me, a mente, o corpo, a alma... Tudo em mim... Quando não te vejo a tanto tempo, sinto-me a desaparecer... Quem me dera ser forte o suficiente, mas não sou, meu Tudo... Não sou... Quem me dera poder estalar os dedos e estar ao pé de ti, quem me dera que tudo fosse mais fácil... Sou apenas teu, apenas quero ser teu, de mais ninguém... Quero entregar-me a ti, quero sentir que sabes isso, que sintas que sou teu, para sempre... Sinto tanto a tua falta, meu Tudo... No entanto, não é por isso que te amo menos, antes pelo contrário... És mais que namorada, muito mais que a minha vida... Vais ser a mãe dos nossos meninos, vais continuar a ser a minha Luz... Para sempre...


Amo-te...

1 de setembro de 2011

Preciso tanto de ti... Nada mais me importa... Apenas tu... O resto do mundo, não existe, apenas tu existes... Preciso tanto, tanto de ti... Saudades...

És a estrela pela qual as outras se guiam...

29 de agosto de 2011

Quero casar contigo

Meu amor... Como tu és tudo para mim... És mais que isso, meu amor, muito mais... Não paro de ler a mensagem que me enviaste logo depois de nos termos separado...


"Ai, amor, hoje foi tão bom... Mesmo não tendo muito tempo para namorar... (...) Eu á noite telefono, meu amor... Amo-te..."

Depois da tua mensagem, dei por mim a relembrar tantos momentos só nossos, tantas coisas que podiam tão facilmente tornar-se realidade... É tão bom pensar nestas coisas, meu amor, faz-me bem...
Um dia, vamos ser só nós, meu tudo, vamos viver juntos, vamos casar, meu amor... É uma coisa que eu quero muito, muito, minha Luz, apenas tenho este sentimento contigo... Daqui a uns anos, princesa, daqui a uns anos vamos casar, vais estar naquele vestido lindo que a C te quer oferecer, vamos estar os dois a olhar um para o outro, á espera de ouvir "pode beijar a noiva", nervosos, mas acima de tudo, tão felizes, meu pequeno pedaço de céu... Vai ser tão bom... E depois, os nossos meninos virão... Vai ser perfeito, meu tudo...
Primeiro, vai vir a Nossa Alexis, de cabelos compridos, pretos, aos caracois... E depois, vem o nosso Joel... Vamos viver todos juntos, felizes, tal e qual como sonhamos agora, meu amor...
Um dia havemos de nos casar, amor... Daqui a nove anos...

Amo-te...

14 de agosto de 2011

"A nossa noite superou todos os limites,
Levou-nos á loucura,
Adormecendo no fim,
Nos braços um do outro..."

Bonito, hem? ;)

5 de agosto de 2011

"O que é uma mãe?"

O que é ter uma mãe? Alguém por aí me é capaz de dizer?! Para que serve, o que nos deve dizer, o que nos deve ensinar? Crueldade, ódio, sofrimento? É isso? E porquê? Para quê?! Para nos fazer derramar lágrimas de cada vez que lhe apetece ser cruel, fria, insensível?? Para nos dizer quase directamente que o filho que nasceu foi um erro, que afinal, não ia ser o que ela pensava? E porque é tão fácil ter vontade de desistir de tudo? Porque é que naqueles momentos em que precisamos de um ombro para chorar, que precisamos daquela que nos devia apoiar, dar conforto, dizer-nos "está tudo bem", não está, e olhamos para o lado e não vemos ninguém, e ficamos a chorar sozinhos, por causa de não termos uma mãe a sério?
Fiz 17 anos á pouco tempo. Pedi á minha suposta mãe que me deixasse trazer a minha namorada lá a casa, queria passar o meu almoço de aniversário com a minha família, e com aquela que eu amo, com aquela que é a pessoa mais importante da minha vida... Sabem a resposta que a minha suposta mãe me deu?! "Não quero gente estranha aqui em casa", entre outras coisas bem piores... Perguntei-me a mim mesmo porquê, mas não consegui encontrar qualquer resposta... Simplesmente a minha mãe não a queria cá em casa porque... Ela é uma estranha?! Doeu tanto ouvir isso... No dia do meu 17º aniversário, fui almoçar com a minha Luz, e com os pais dela... Já que a minha mãe disse que não a queria cá, que ela era uma estranha, falei com a minha Luz, e ela falou com os pais dela. Eles não se importaram de me receber, não tinham de o fazer, não era nada... Com eles... Ainda assim, receberam-me... Nesse dia, foi tanto o esforço que fiz para não chorar, foi tanto o esforço que fiz para não me ir abaixo, tanto o esforço que fiz para esconder o que estava a sentir de todos... Ao fim do dia, quando cheguei a casa, ninguém lá se encontrava. Fui para o meu quarto. Chorei, finalmente podia chorar, não tinha de esconder o que sentia de ninguém, estava só, podia chorar a vontade... Podia libertar tudo o que sentia, podia deitar toda a tristeza cá para fora... Todos aqueles que tinham estado comigo ajudaram-me tanto sem saber... Sentia-me feliz, mas ao mesmo tempo triste... Porque a minha mãe não conseguiu entender o quanto a minha Luz significava para mim... O quanto era importante tê-la comigo neste dia... E estar ali com todos eles, lembrava-me disso mesmo... Hoje, foi outra discussão, outra vez em que tive de ser aquele que nunca faz nada, que só pensa em si, que "se faz de vítima"... Começo a pensar se tudo o que me vai na cabeça, tudo aquilo pelo qual ela me faz passar, está a provocar em mim uma revolta demasiado grande para controlar... Por pouco, não cometia uma estupidez... Pergunto-me se, se não tivesse a minha Luz ainda conseguia aguentar tudo isto... É nela que penso, é a ela que me agarro quando a minha própria mãe me diz que, basicamente, eu fui um erro, que não me apoia quando eu preciso, que depois de me atirar tudo a cara, me vira as costas, abandonando-me á minha sorte... Por isso, é que eu preciso tanto de saber o que é de facto uma mãe, o que é ter aquela pessoa que nos criou e que nos trouxe ao mundo do nosso lado, para o bem e para o mal... Porque eu não sei... Para dizer a verdade, os pais da minha Luz foram mais meus pais no dia do meu aniversário que a minha própria mãe, em muitas ocasiões da minha vida... É estranho, não é? E não me venham dizer que uma mãe é sempre uma mãe porque isso é mentira!! Não me venham dizer que também é difícil para ela, que ela também está a "sofrer" com isto tudo, porque é mentira!! Uma mãe quando decide ter um filho, devia saber o que esperar, o quão difícil seria! Porque senão, sempre decidia não o ter... Mas espera, eu fui um erro, é verdade...
O que é uma mãe? *suspiro*... Às vezes nem sei a sorte que tenho... Obrigado, minha Luz, por me fazeres aguentar, por amparares a minha queda, por ti, meu Mundo, meu alento...

(escrito a 29/07/2011)

"Dorme, meu amor... Dorme bem..."

Foi tão bom... Estar a ouvir a tua voz, mesmo que fosse pelo telefone, ouvi-la num sussurro sonolento, calmo, e ao mesmo tempo tranquilizador... Senti-me como se estivesse lá contigo, perdi-me tanto em recordações nossas, enquanto te dizia coisas bonitas para adormeceres feliz... Quando dei por mim, também eu falava no mesmo sussurro sonolento que tu, não por precisar, ou por ter sono, ou por qualquer outra circunstância, mas porque sentia que estava mais perto de ti... Não sei explicar, mas era uma sensação estranha, como se estivesses mesmo a minha frente, mas no entanto, não te conseguisse tocar... Porém, não estava triste. Enquanto te dizia todas aquelas coisas lindas, imaginava-me deitado ao teu lado, a dizer-te isso mesmo, fazendo-te carícias na barriga como tu tanto gostas, dando-te beijos leves no teu pescoço, bem chegadinho a ti, para depois te virares para mim e poder beijar-te nos lábios, sentindo-te a adormecer a cada respiração... Depois, já poderia adormecer nos teus braços, com a certeza absoluta de que estavas bem, que estavas no céu... Afinal, é o nosso pequeno pedaço de céu, meu amor... Voltando á realidade, não cessava de te dizer o quanto eu te amo, o quão bem me fazias, e o quão feliz eu estava… E a culpa é tua, meu amor <3<3<3. Como eu gostava de te dar uma noite assim, meu amor... Um dia, vamos ser só nós dois, no nosso apartamentozito de treta, mas nosso, e vamos deitar-nos ao fim do dia, bem juntinhos um ao outro, no nosso quartinho... Vou poder cuidar de ti, dizer-te tudo aquilo que tu mereces, ao teu ouvido, no mesmo sussurro calmo e sonolento, para que adormeças descansada, sentindo as minhas carícias, o meu toque, o meu beijo... Tantas são as vezes que me perco nestes pensamentos, mas são ainda mais as vezes que me perco em ti, de tantas formas diferentes... Hoje quase te senti, o meu desejo de estar contigo é tanto tanto... O sono teima em dominar-me, mas quero escrever tudo o que me vai na alma, tudo o que me vai no coração antes de adormecer, antes de me entregar aos teus braços, que estão mesmo á minha frente, a chamar por mim, apesar de não os conseguir ver, de não os conseguir sentir por inteiro, apenas como se de uma presença se tratasse... Quando acordar na manhã seguinte, sei que é apenas uma questão de horas até te ter mesmo nos braços, e aí sim, posso abraçar-te, sentir o teu corpo, sentir-te a ti, sentir a mesma vontade que há em mim em ti, a vontade de estar contigo, de matar todas estas saudades intermináveis um pelo outro, que nos consomem a alegria quando do nosso controlo fogem... Quero tanto entregar-me aos teus braços, quero tanto ser teu, uma vez mais, como sempre fui... :$
O sono domina-me depressa, foste tu que mo pegas-te aquando da última vez que falamos, da última vez que te disse o quanto te amava... Acho que chegou a altura de me entregar aos teus braços, com a certeza de que disse quase tudo o que sentia, há excepção de uma coisa: "Amo-te". Agora sim, fecho os olhos, e entrego-me a ti, tal como sempre faço, e sempre farei.

Amo-te.

(escrito a 29/07/2011)

18 de julho de 2011

Carta

Por muito tempo procurei por alguém assim... Alguém que me ouvisse, alguém que me pudesse conhecer, alguém que me aceitasse como eu sou... Passei muito tempo da minha vida sozinho, sem ninguém, passava a maior parte do meu tempo no meu canto, sem ninguém para me apoiar, sem ninguém para poder chorar... Passei muito tempo assim, até ao dia que conheci uma gaiata, que me fazia bem. Ajudava-me, e isso bastava-me. No entanto, Tudo aquilo que depositei nela, toda a amizade e confiança que tinha, desapareceu. Sem uma explicação sequer... Voltei ao meu mundo, piorei mesmo... Não sabia para onde me havia de virar, não sabia quem procurar, não tinha uma Luz que me guiasse na escuridão onde tinha entrado, mais fundo que qualquer um que conhecesse... Apenas não queria que ninguém se aproximasse, apenas queria estar sozinho, ao menos, assim sabia que não voltaria a ser magoado, ao menos assim sabia que não voltaria a cair, e a bater no fundo outra vez, como estava... No entanto, num destes dias em que estava sentado num canto, sozinho como já era costume, por momentos levantei os olhos e reconheci-a, aquela menina dos caracóis... E, não sei bem porquê, entrei na conversa que estava a ter com as outras raparigas que eu não conhecia... No entanto, isso não interessava. Só interessava a menina que reconheci... Sabia que ela tinha andado na escola onde um dia também andara, sabia que a conhecia de lá... Porém, não consegui perceber o porquê de a ter reconhecido, quando já outras pessoas dessa mesma escola me tinham dito que me conheciam e eu não me lembrava delas... Fiquei a pensar nisso... Mas não cheguei a nenhuma conclusão, pelo menos nessa altura. Essa menina ajudou-me... Não teve medo de saber sobre mim, não teve medo de abrir os braços e apanhar-me do fundo, que era onde eu estava... Esse pequeno acto foi o suficiente para eu saber que podia confiar nela, que ela era diferente de todas as outras pessoas que passavam e que olhavam de lado, e pura e simplesmente não queriam saber... Independentemente de tudo o resto, olhava-a com outros olhos... Olhava-a como alguém único (ela é tão única...), alguém que merecia tudo, alguém que não merecia nem um décimo do que eu passei... Passado um tempo, apaixonei-me pela menina, no entanto, sabia que era apenas uma menina, que não estava pronta para amar alguém... Mas isso não me impediu de amar essa menina, nada disso... A cada dia que passava, amava mais e mais essa menina. Dedicava-me a ela, só ela importava, mais nada. Afinal, não tinha outro propósito... Tinha o caminho desimpedido para me poder dedicar a ela a cem por cento... Passou-se isto, e comecei a namorar com essa menina... Nada do que eu sentia mudou... Ou melhor, mudou. Apenas cresceu... Há uma coisa que talvez deva saber...Nunca amei ninguém, nunca quis tanto alguém como quero esta menina, nunca me dediquei tanto a alguém como a ela... Já muitos me disseram que "nada dura para sempre", ou "imaginas-te mesmo com ela, quando fores adulto, a casares e a viver com ela?" Sim... E a resposta que eu lhes dou... Porque é isso que eu sinto. E isso não vai mudar. Independentemente do que acontecer, de tentarem separarem-na de mim, de levarem-na para longe de mim, eu vou sempre voltar para os braços dela... Nem que tenha de correr o mundo atrás dela... Porque eu amo esta menina, se pudesse, dava-lhe tudo... Às vezes, penso na sorte que tenho em tela reencontrado... "Gosto muito da cicatriz que tens no pulso, é em forma de Cruz... (...) é como se tivesses sido marcado para mim..." A cada dia que passa, acredito mais nisso... Sinto que passei toda a vida a procura dela, e que finalmente a encontrei, a minha Luz, o meu alento... Provavelmente, depois de ler isto, o seu primeiro pensamento será de "este rapaz não sabe o que diz". No entanto, releia tudo isto outra vez, e pergunte a si mesmo o que prefere... A sua menina feliz, com um namorado decente, ou a sua menina triste, sozinha, deprimida, a chorar pelos cantos? Foi ela que me levantou do chão, que cuidou de mim, que me limpou as feridas, e que as curou... Isso é mais que motivo para se ter orgulho nela. Todos os dias eu tenho orgulho nela. Todos os dias, penso na falta que ela me faz... Dou por mim á noite a esticar os braços, a tentar chegar a ela, a chamar por ela... E depois acordo, e vejo que continuo no mesmo sítio, sem ninguém, á minha excepção, e fico muitas horas acordado a olhar para o tecto, a recordar tantas coisas... Por vezes, o mais pequeno gesto pode significar muita coisa... No nosso caso, cada um consegue ler qualquer movimento do corpo um do outro, qualquer olhar, qualquer suspiro, seja o que for... Como já disse, nunca conheci ninguém tão bem como conheço a ela, não só porque a amo como nunca ninguém irá amá-la, mas porque cuido dela, sempre, nem que para isso tenha de abdicar de tudo o resto... Tudo o que poder para a fazer feliz, eu faço...

Gostaria que compreendesse que, apesar do que possa acontecer, eu nunca me irei separar desta menina, nunca deixarei de ama-la, nunca deixarei de cuidar dela, de a tratar bem, de lhe dar o Mundo... O Mundo que eu e ela construímos, só nosso... Não a leve para longe, não iria suportar a perda dela, seria demasiado... Penoso...

Talvez um dia lhe chegue a mostrar esta carta, e no fim me diga "está tudo bem". Até lá, continuarei a ter medo que ela desapareça da minha vida... A vida que ela me deu, que ela construiu, que é ela mesma...

13 de julho de 2011

Silêncio dos Inocentes

Sonho acordado, por vezes vem-me á memória aqueles momentos em que quero tanto poder beijar-te e não posso... Permaneço em silêncio, "está tudo bem", digo... Apenas não me consigo expressar... Sinto tanto a tua falta, todas as noites adormeço a pensar que vou acordar com o telemóvel a tocar, e que é uma mensagem tua... No entanto, a mensagem não chega, e o meu desejo de te ter aumenta... Numa destas noites, ao virar-me para o outro lado, foi como se tivesse ido para outro lugar, outro lugar contigo... Foi como que, ao virar-me para o outro lado, tivesse quase chegado aos teus lábios... Foi uma sensação tão estranha... Fiquei triste... Queria-te aqui comigo, dava tudo para que tivesses aqui comigo, nem que fosse só para chegar aos teus lábios...
Todos estes dias que têm passado, têm sido difíceis... Tenho tentado escrever, mas não consigo... Penso que serão as saudades que não me deixam escrever, talvez seja a falta que tu me fazes que me impede de escrever o que sinto...
Este silêncio, gélido, percorre-me a alma, congela-me as emoções, apenas sinto saudades de ti... Quantas vezes penso no momento em que dormias nos meus braços, e te beijava os teus lábios, e te chegavas mais para ao pé de mim... Sentia-me tão bem... Naquele momento, éramos só nós os dois, o resto do mundo tinha desaparecido... Tudo o que eu dava para poder estar ao pé de ti agora, para poder cuidar de ti, para poder beijar os teus lábios enquanto nos meus braços dormias...
No entanto, ao abrir os olhos, vejo que estou a sonhar acordado, mais uma vez... Encontro-me no mesmo sítio, a olhar para o mesmo papel, entregue aos meus pensamentos e á minha música, tentando expressar o que sinto... Tenho a perfeita noção que tudo isto pode parecer confuso, que não é nenhuma obra de arte, no entanto, é aquilo que eu sinto... A tristeza é um sentimento, logo, não se pode adiar... Apesar de tudo, tudo o que sentimos, todos os sentimentos que nos afloram a alma e o coração, não são verdadeiras obras de arte? Mantêm-se escondidos, no interior de cada um, até ao ponto de serem revelados, pelo mais belo silêncio... O silêncio dos inocentes...

Esperarei sempre por ti, minha Luz, para sempre...

Amo-te...

30 de junho de 2011

Tenho tantas saudades tuas, meu amor... Tantas, tantas... Tantas saudades fazem com que o meu ser se desvaneie, fazem com que me perca em pensamentos que só me fazem mal... Mesmo que não haja más recordações, (o que não há), os momentos em que não estou contigo forçam-me a ficar triste... Porque nunca sei quando te voltarei a ver... E não há facilidades... Amo-te tanto, tanto, tanto... Minha vida, Minha Luz...

17 de junho de 2011

White Pearl, Black Oceans - Sonata Arctica

 
I was born and raised by the sea, Shy yet proud,
Learned to stay away from the crowd
In my home, my lighthouse...
101 steps , round and down
New Years Eve, one night in the town
Can change one life into eternity...

All I could see, her eyes,
We got caught in the moment, all of the night
Taken beyond all lines,
In silence leaving 'em all behind.

She had found the sails, for the following night
The town, for her, was getting way too small
She promised to be mine
Forever, for that one night...

Moments, passion, small defeats
Concealed emotions, found in me
You gave life to a brand new me...

Crossing the wintry fields,
The first hour of morning's light
Warmed by the flame inside,
The lasting memory of the ending night.

I never had a chance to stop what hit me...
What broke my bones and mauled me...
After hours of deep, unwilling sleep...
In a cold shelter Fell back in the dark,
And the hours of the day passed...    

A nightmare awakes me, blinking light!
There's no guide, blind ships in the night
Oh blood red moon, eat away the night.

Darkness covers my lonely soul,
No one to feed the dying light...

Good morn', oh dreadful day,
I prayed the moon had lit the sea instead of me...
For the sails of night,
Please tell me everything's alright...

My voice in the room broke the silence,
Everybody killed me with their eyes...
What I was to hear made the people cry,
Impossible for me to keep the tears inside.

All on board the White Pearl have died,
Coastal reef have tolled their lives
And you are the light of the night...

One thing, I remember, before I fell on the ground...
Although I never saw the face,
A name was inked in his arm...

Love can be like poetry of demons,
Or maybe God loves complex irony?
The family name stated I had seen before...
Written on her front door...

Silence in the courthouse!
A presence sealed the room, we both could feel
The father of her unborn child and me.

All on board the White Pearl had died,
Coastal reef had tolled their lives
While I was the guide light...
Back in my tower, run, run, run
Light is out, I hope to see
Black oceans beneath rise and swallow me

One step will take me back inside, another sees my end
No one can love a man who guarded the light
Guarded the light, one faithful night,
Flaming eyes I must confront before I am stated free

Defining innocence is hell, after all that has past...
Building new walls inside, my eternal night...
Although they took my heart and dried me up
Sometimes I still bleed...

Show me the way
Show me the way
The light will show me a way on the grisly reefs
Too many dead ends I see
I know no soul can save me
The respect I lost, the measure of a man...

Ten thousand steps down, round and round
One night on the town and I'm hell bound
Black oceans beneath come and swallow me
All on board the White Pearl had died,
Coastal reef come claim my life
Black oceans beneath come and swallow me

My little tower, seal my fate
Help me pay back, end their hate
Black oceans beneath come and swallow me
One direction, down, down, down
Pitch black night for my old town
Black oceans beneath shall now swallow me

[SPOKEN:]
I hereby, commit my body to the deep
To return to the corruption
Looking for the resurrection of the body
When the sea shall give up her dead
And the life of the road to come through our Lord
Amen.

15 de junho de 2011

Pesadelo...

Hoje tive um pesadelo. Parecia que implorava para acordar, mas a minha mente parecia que queria que eu visse aquilo... Depois, quando não havia nada a fazer, quando já estava tudo acabado, quando já não havia esperança, acordo. Tremia por todos os lados, as lágrimas escorriam-me pelo rosto, sem ter consciência de que estava a chorar. Olhei para o relógio, eram 3 da manhã.
Não sei bem como descrever o local. Era um misto entre Liceu e a minha antiga escola. Lembro-me de uma parede que tinha uma escada para cima, na vertical. No cimo da escada, estava um alçapão. Era para aí que eu e a Minha Luz iamos quando queriamos estar os dois, sem ninguém para chatear. Esse alçapão, tinha uma fechadura, e uma chave que eu possuia.
Passando adiante, não me lembro bem do que tinha acontecido antes. No entanto, estou frente a frente com a Minha Luz. Ela olha para mim, com aquele olhar que me encanta, e diz: "Quero acabar", como se fosse a coisa mais natural do mundo. O meu coração falha um batimento, começo a entrar em pânico, o meu mundo estava a desabar, as lágrimas escorriam-me do rosto... Só fui capaz de perguntar "Porquê...". Tinha medo da resposta, não sabia o que havia de esperar... "Conheci outra pessoa", disse ela. Olhei para ela, não fui capaz de dizer nada. Não fui capaz de reagir, não fui capaz de ter absolutamente qualquer reação. As lágrimas escorriam-me pelo rosto, sem cessarem. A cena muda. Estou a subir as escadas do alçapão. Abro-o, e entro. encosto-me a parede. Aquele sitio que eu e a Minha Luz tinha-mos construido, com lembranças, momentos só nossos. Era o nosso lugar. Lembro-me de ter ido a este mesmo blog, e de escrever a minha despedida. Despedir-me dos meus leitores, despedir-me destas páginas que tanto me valeram, reler algumas coisas que escrevi... Publiquei a despedida, e fechei o blog. Seria a sua última publicação. Depois, procurei o telemóvel. Comecei a escrever uma mensagem, para a minha Luz que, naquele momento, deixara de ser minha... Disse-lhe adeus, disse-lhe para ser feliz, pedi-lhe desculpa por algo que tivesse feito e a tivesse magoado. Disse-lhe o quanto a amava, e o quanto feliz eu fui com ela. Disse-lhe que o meu mundo tinha desaparecido, e que não tinha coragem para coninuar, para encarar a vida sem ela. Enviei a mensagem. Respirei fundo, desliguei o telémovel. A minha vida tinha acabado, não fazia sentido sem ela... Continuei sentado onde estava, de frente para o alçapão. Não tinha intenções de me levntar dali, ou de sair dali sequer. Tirei aquela lâmina que a minha Luz me tinha dado, á tanto tempo atrás. Tremia por todos os lados, lágrimas corriam-me pelas faces. O meu mundo voltara outra vez, aquele mundo em que vivia antes de ter encontrado a Luz, aquele mundo escuro e sombrio em que sofria. Tinha acontecido outra vez... Tinha perdido de novo alguém que não podia perder... No entanto, agora fora mais grave. Tinha perdido A Minha Luz, a pessoa que eu mais amava no Mundo, a minha vida... Fechei os olhos, e comecei a retortar as veias que afloram nos meus braços. Tinha noção do quanto cobarde eu estava a ser no entanto, não tinha coragem para encarar o Meu Mundo outra vez, não tinha coragem para me fechar em mim novamente, não tinha coragem para ser novamente um corpo sem alma...
As lágrimas misturavam-se com o meu sangue que se espalhava rápido pelas minhas roupas, pelo chão. Ouvi um barulho e abri os olhos. Vi o alçapão abrir-se, e ela entrou. Fui a tempo de ver o seu choque no seu rosto, e ela a caminhar para mim. Fechei os olhos e não vi mais nada.
Acordei.
Tremia, e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. O meu coração batia forte e depressa, estava assustado, em pânico... Acendi a luz, e todas aquelas imagens teimavam em passar-me a frente dos olhos, e não conseguia pensar em mais nada. Agarrei no telemóvel, e comecei a escrever uma mensagem para a minha Luz. Dizia que tinha tido um pasadelo, que tinha sido tão mau, que precisava tanto dela, que me fazia falta o abraço dela... Que não queria voltar a adormecer...
Passei o resto da noite em branco, ás voltas sem dormir.
Mais tarde, já na escola, contei a Minha Luz o pesadelo. Ela descansou-me, disse-me que isso nunca ia acontecer, abraçou-me e disse que me amava...
Tive tanto medo...

14 de junho de 2011

"No one can love a man who guarded the Light"

Except for the Light itself

9 de junho de 2011

Cavaleiro Negro

Um Cavaleiro Negro vagueia, sozinho nas muralhas do castelo. Observa os céus na vasta noite que o envolve. Decide descer para terreno mais seguro e desembainha a sua espada... Começa a treinar: Movimentos, passos, ataques e paradas. Hmph, ele não tinha nada melhor para fazer. Para além disso, isso mantinha-o ocupado, o suficiente para não o fazer pensar em recordações...
De repente, o céu é iluminado por um relâmpago. O Cavaleiro olha para o céu e decide tornar a subir á muralha. Luz ilumina o céu que se esconde na obscuridade da noite. O Cavaleiro Negro observa todo o esplendor de luzes e cores que lhe é permitido. Passou algum tempo ali, sentado na muralha alta a observar os céus... O seu peito não cessava com os fortes batimentos de medo e tristeza que se apoderavam dele. Do nada, um relâmpago mais demorado iluminou os céus. O Cavaleiro pensou ver uma figura no próprio relâmpago, mas como tal era impossível, descartou a hipótese. Novamente, e como se do mesmo relâmpago se tratasse, a tal figura torna a aparecer. Qual transformação Divina acontece, revelando uma mulher envolta em toda aquela Luz. Ele fica a olhar para ela, tendo perfeita consciência do seu estado de loucura. No entanto, ela desce dos céus, o suficiente para ficar á altura dele.
-Porque estás tão triste, Cavaleiro? - Pergunta-lhe.
-Não sei... Quem és tu? O que fazes aqui?
- Vim salvar-te... Sou a tua alma...
- A minha alma? Posso tocar-te? - Pediu o Cavaleiro.
- Se é esse o teu desejo... Toca-me...
O Cavaleiro estende o braço e toca-lhe na face. Sentiu algo forte e quente, algo incapaz de explicar.
- Se és a minha alma, como te posso tocar?
- Se tu és de facto um Cavaleiro Negro, como não me podes sentir?
A mulher sorria. O Cavaleiro olhou para as suas vestes. Já não eram negras, mas brancas, de um branco Celestial. A sua longa capa tornara-se branca, iluminada como a mulher. O seu medo tinha desaparecido, a sua tristeza evaporara-se dando lugar a algo inexplicável...
- O meu nome é Luz... - Disse-lhe a mulher.
Como...? - O Cavaleiro estava incapaz de ordenar as ideias.
- Shiu... Não fales... - Pediu Luz, abraçando-o.
Sentaram-se na muralha fria, lado a lado.
Tenho frio... - Disse Luz.
O Cavaleiro envolveu-a na sua capa, beijando-lhe a testa...

***
Um relâmpago mais forte despertou o Cavaleiro Negro do seu abandono da realidade. Olhou para o lado, apesar de tudo, calmo. Continuava sozinho. Suspirou. Apenas outro sonho com ela. O último relâmpago daquela noite surgiu, desaparecendo em seguida. Tanta falta que a sua Luz lhe fazia...

31 de maio de 2011

"A tristeza é um sentimento logo, não se pode adiar..."

27 de maio de 2011

Capitulo VII - Du'blade (História Conjunta)



Depois de nos alimentarmos, estava na hora de partir, e ainda queria explorar melhor aquela Ilha.
-Então, vamos em frente. – Disse eu.
-Certo, vamos a isso! – Respondeu Gaktak, levantando-se e desaparecendo com os elementais do vento.
- E agora, vamos por onde? – Já agora queria saber para onde ia… Gaktak ergueu o braço em direcção ao fumo que se avistava dali e respondeu:
-Bem… um pouco óbvio…Vamos em linha recta em direcção ao fumo! Ah! Tinha dito há pouco que arranjaria maneira de encurtar a nossa viagem…- Havia algo no sorriso de Gaktak que não me estava a deixar lá muito confiante… - Que acham da ideia de voar?
Porque é que será que já nada me surpreende… No entanto, queria explorar a Ilha sozinho.
-Eu já vos apanho. Lylith, vai com ele, eu logo vou ter convosco. Quero observar com mais atenção a floresta. Logo nos vemos.
- Está bem, então, até já. - Respondeu Lylith.
- Ugh… porque não…
… … …
Posto isto, afastei-me. No entanto, sabia exactamente a localização deles... ainda... No meio daquela floresta, nada era igual. Parecia que a cada árvore que observava era diferente, como se naquela floresta reinasse toda a flora. No entanto, não tinha algumas das plantas e árvores da minha antiga floresta. Continuei o meu caminho, a percorrer aquela floresta, na esperança de encontrar algo de interessante. Sempre ouvi dizer que neste mar havia Ilhas com segredos. Quem sabe, talvez pudesse encontrar algum segredo de que tanto se falava, mas que era a todos desconhecido.
Continuei a andar. Enquanto isso, observava a paisagem a meu redor. Para além do mais, não tinha mais nada para fazer. Apesar da diversidade da flora ali presente, não se via um único animal ali. Estranho...
… … …
- Bem, há alguns feitiços para voar… Deixa-me só decidir qual é que é o mais eficiente para esta situação… Já sei! Elementos que por mim circulam, Energia que se esconde de nós, meros mortais, Força que provém da fúria divina. Vento, tu que te escondes melhor, o mais invisível, só sentimos a tua força quando, em desprezo à nossa condição, nos empurras e desabas. Vento, empresta-me essa tua força, essa tua brutidão e fúria puras, impulsiona-me e carrega-me até ao meu destino. Move-te, Turbilhão!"
Dois turbilhões apareceram, um de baixo de Gaktak, e outro debaixo de Lylith, elevando-os mais alto que as copas das árvores. Lylith não reagiu muito bem.
-Que estás a fazer? PÕE-ME NO CHÃO; JÁ!!! - Gritou Lylith em pânico. Gaktak apenas sorria. Limitou-se a responder:
- Tem cuidado com o que desejas… - estalou os dedos e o turbilhão que estava por baixo de Lylith desapareceu tão depressa como aparecera.
- Não, pára! PÁRA! NÃO ME DEIXES CAIR!!! – Lylith estava a arder de raiva, mas ao mesmo tempo em pânico total.
- Ah… Então assim… - Gaktak a divertir-se com a cena, estala mais uma vez os dedos e o turbilhão aparece outra vez por baixo de Lylith, elevando esta ao nível de Gaktak.
… … …
Passado algum, tempo, comecei a ver uma espécie de clareira. O caminho ia ficando menos denso a cada passo que dava. Quando dei por mim, estava a admirar as runas e construções de uma entrada em pedra de uma espécie de templo subterrâneo, coberto de lianas e plantas trepadeiras. Não sabia bem o que havia de fazer, pois não sabia o que me esperava no seu interior. No entanto, resolvi entrar. Não ia ficar ali a admirar as runas para sempre. Pergunto-me o que significariam. Bem, não interessa. Passando a frente, por ali a dentro. Estava escuro no seu interior. Percorri, sempre encostado ás paredes daquela sala escura e fria, sempre com muita cautela para não me deparar com algum ser, ali no escuro. Uns passos á frente, comecei a ver luz, e senti-me mais aliviado poer saber que o caminho já era minimamente iluminado. Entrei nessa sala. Como tinha pensado, a luz provinha se certas perfurações no tecto, provocadas pela densa flora ali existente. Naquela sala, existiam estátuas de Deuses, ou pelo menos pareciam Deuses, tendo em conta a forma como estavam apresentados. Luxúria, riqueza, poder. Pareciam que estavam a olhar-me, a vigiar-me. De facto sentia-me vigiado por algo, mas talvez fosse apenas impressão, por estar debaixo da terra, sozinho e com pouca luz. De repente, as ametistas da minha espada, Light, começaram a brilhar intensamente. Não sabia porquê, de facto nunca tinha acontecido nada assim antes. Era a primeira vez. Desembainhei a espada, e pus-me em guarda, avançado ainda mais cautelosamente. Vi mais uma entrada. Bem, no meio de tanta entrada só espero conseguir encontrar a saída... Entrei.
… … …
- NUNCA MAIS FAÇAS ISSO SEM PERGUNTARES PRIMEIRO, PERCEBESTE?! – Lylith não estava nada contente. Não gostava nada que a tratassem como uma boneca de trapos… e isso acabou de acontecer… Literalmente.
-Isso o quê? O largar ou o levantar? Não, mas percebi-te: absorvi a mensagem. – Respondeu Gaktak, com um riso sarcástico. – Então, vamos?
- Acho bem que sim- Lylith tentava acalmar-se. - Sim, vamos, mas não muito depressa, sim? Se vou voar, ao menos quero aproveitar a vista…
Pela primeira vez, o sorriso de Gaktak apagara-se um pouco.
- Mas isso tira a piada toda… mas certo… ainda vos devo uma, por isso… Em frente!
… … …
Ao que parecia, aquela sala deveria de ser a mais importante daquele templo, ou a mais elaborada, ou o centro do templo, o que quiserem. O brilho da minha espada intensificou-se. Depressa percebi porquê. No centro da sala, encontrava-se uma arma antiga, a avaliar pelo aspecto, suspensa a poucos centímetros do chão. Aquela arma, segundo os estudos que tinha de armas, intitulava-se du'blade, uma arma com três pegas, uma ao centro e duas em cada lâmina, que se prolongavam a partir do centro, quer para um lado, quer para o outro. Também esta brilhava intensamente. Tentei pegar-lhe, estiquei a mão para a pega do meio. Agarrei-a.
… … …
Lylith e Gaktak já estavam no ar, a voar em direcção á aldeia. Tal como pedira Lylith, Gaktak teve a delicadeza em ir não tão depressa como desejaria. Após algum tempo, Gaktak cortou aquele silêncio.
-Sei que me quererão fazer todo o tipo de perguntas... Não é todos os dias que se vê um jovem de cabelos brancos... Embora não goste de me repetir, ainda vos devo uma... Uma que ainda vai demorar um bom bocado até ficarmos quites, por isso... Qualquer tipo de perguntas que te passem pela cabeça, podes despejá-las...
Lylith pensou no que queria perguntar. No entanto, eram tantas as perguntas que tinha para fazer, que era difícil de as organizar. Decidiu então começar por uma simples.
-Certo... Então, porque é que existem pessoas assim, como nós, pessoas... Hum... Mágicas, por assim dizer? Na minha tribo, nunca vi nada semelhante...
-Nós não somos especiais... Na verdade, qualquer um pode utilizar magia... Só é preciso é saber como utilizar todo esse potencial... A princípio é que pode ser perigoso... – Respondeu Gaktak.
-Entendo... isso quer dizer que o Rohan também poderá usar essa magia? E a magia é toda igual?
Lylith já se tinha perguntado a si mesma acerca disso… Rohan sempre foi muito protector em relação a ela… No entanto, agora parecia que os papéis se tinham invertido… Esta sentiu-se um pouco mal por se imaginar a defender Rohan de eventuais perigos. Gaktak continuou.
-Depende... a magia está dividida por categorias: Elementarismo, Druidismo, Misticismo, Mental (ou Feitiçaria), Iconomancia, Artes Sagradas (ou Traumatologia) e Artes Negras (ou Necromancia). E também há tipos incompatíveis, como, por exemplo, A Traumatologia e a Necromancia. Rohan também pode não conseguir usar: pode não ter Maná suficiente ou a mente dele pode não estar preparada... O corpo parece estar, até melhor que o meu, mas, se pelo menos uma destas condições não se verificar (Preparação mental, preparação física, e quantidade de maná), o cérebro dele explode dentro do crânio quando ele a tentar fazer... na verdade, mesmo que todas as condições se verifiquem, tal também pode acontecer numa das primeiras vezes em que ele entrar em Claridade...
-O que é entrar em Claridade? – Lylith queria aprender o máximo possível sobre aquele assunto.
-O estado de Claridade é um estado em que a tua alma abandona o teu corpo e passa para o chamado Plano Universal: o plano dos planos. Neste estado, podes retirar Maná directamente do plano da tua escolha... Desde que saibas utilizar magias desse plano e que não seja incompatível com nenhum dos teus outros planos. Dependendo do nível (digamos assim) de experiência de um mago, ele demora mais ou menos tempo a entrar em Claridade. Por exemplo, eu consigo faze-lo em pouco menos de um segundo... Quase instantaneamente. A partir do momento em que entras em Claridade, até ao momento em que a tua alma volta ao teu corpo, nem um segundo se passou neste mundo.
-Parece bastante complicado de perceber... E como se entra em Claridade?
-Meditando!
... … …
Não era muito pesada, no entanto, e como seria de esperar, era mais pesada que a minha espada. Tanto a du'blade como a espada, brilhavam agora mais intensamente. Não podia andar por ai com armas que brilhavam, não dava jeito nenhum... Porém, as armas cessaram o seu brilho. Fiquei a olhar para elas, e no momento seguinte, ambas se soltaram das minhas mãos, e elevaram-se no ar. Formaram-se duas esferas de energia azul a volta de cada uma, e essa energia passou de azul para branca, ocultando o seu interior. Depois, por baixo das esferas, apareceu um pentagrama inscrito numa circunferência. Posto isto, as esferas aproximaram-se uma da outra, fundindo-se. A luz libertada pela esfera de energia branca foi de tal modo forte que me cegou por momentos, momentos esses que pensei que fosse explodir, daí ter-me abrigado nas ruinas daquela sala. O processo continuava, a esfera de energia libertava faíscas por todo o lado, ameaçando explodir a qualquer momento. Até que tudo aquilo acabou, mas a esfera, pelo que eu vi, não se tinha separado nas duas originais anteriores a ela... Fumo estava espalhado por toda a parte. Esperei que este se dissipasse. Quando aconteceu, observei boquiaberto com o que tinha aos pés.
… … …
- E como é que isso se faz exactamente? – Lylith estava curiosa, mas deixava transparecer desconfiança relativamente á meditação. Gaktak suspirou.
- Ugh... Agora não consigo explicar bem... É algo que já faço instintivamente... Mas vou tentar... – Justificou-se. – Ah! Limpa a tua mente: tens de te concentrar na essência do teu ser... Não no físico, mas sim na tua alma... Tenta elevá-la, separá-la do seu recipiente físico... Acho que é assim... Pelo menos resulta comigo... Cada um deve de ter a sua maneira de meditar... Nunca pensei muito sobre isso... – Responde, envergonhado.
Lylith estava a seguir tudo, mas apesar de não ser de intrigas, havia uma coisa que a estava a intrigar…
- Bem… acho que estou a perceber... e o teu braço?
- Bem... Isso é porque sou um Necromante... na verdade, sou o filho de dois Necromantes, por isso não escolhi esse tipo de magia... No entanto, só estou aprofundado o suficiente nesta Arte para não me corromper a alma... se me entregar mais, a minha alma é corrompida. Não que tenha poucos conhecimentos, na verdade, até tenho bastantes e o meu nível de poder nessa área é bastante grande, mas, comparado com o daqueles que se deixaram corromper, como o meu meio-irmão, Victor, não é nada. Não vos disse ao inicio porque não é algo de que me orgulhe... Não fui eu que o escolhi. Por isso é que compenso com uma grande maestria nas Artes Elementais e na arte do combate... Como essas duas especialidades, tal com a decisão de tentar envergar pela Traumatologia, mesmo estando ciente da minha condição, levando ao estado presente do meu braço, foram escolhas minhas, orgulho-me delas. – Suspende o diálogo, suspira. Seguidamente, continua. – Na verdade, ser Necromante é um crime na maior parte do mundo conhecido, por isso, tenho de ter um documento que comprove que sou um Necromante Não Praticante, documento esse que foi destruído durante a tempestade, por isso o mais provável é, assim que chegarmos aquela aldeia, eu ir parar a algum calabouço durante uns dias, até chegar uma cópia da minha terra natal...
- E não podes provar de outra maneira?
- Não... Dantes marcava-se com um ferro quente, nas costas do Necromante Não Praticante, uma caveira com uma corrente à sua volta, mas já não se faz isso... Agora é tudo em papiro, papel, rocha ou pergaminho, dependendo da região.
- Então... No teu caso... Estava escrito em papel... Mas duvido que naquela aldeia eles façam isso... Como fica aqui, no meio de nada...
- Mando um Elemental como mensageiro...
- E não tens de pagar nada? Por teres perdido os documentos?
- Não... o reino onde vivia é suficientemente rico... Por isso o Rei não pede nada por causa disso... Noutros sítios pode ser diferente, mas ali não se paga nada por causa de, como o Tesoureiro Real diz ‘futilidades’.
- Ah bom... Menos mal... E vocês não têm de se apresentar decerto em certo tempo?
-Não... Se praticarmos Necromancia depois do documento ser assinado, aparece um "X" no original, que se encontra na terra natal do Necromante, e na cópia, que está com ele... Até 3 somos perdoados, mas depois... Somos levados a julgamento, podendo levar de 3 anos de cadeia a pena de morte, dependendo da ofensa.
- Na minha tribo não temos nada disso... É uma aldeia pequenina... Simples, mais nada...
- Pois... É a vida... Quanto maior o território, maiores as burocracias...
- Tens razão... O que será que Rohan esta a fazer?
… … …
Aquilo que tinha aos pés, era a minha espada, Light, fundida com a du'blade que estava naquela sala... Aquelas duas armas tinham-se tornado numa... Uma du'blade com seis ametistas, runas nas suas duas lâminas e as três pegas... Pesava um bocado mais que a minha espada, no entanto, parecia que tinha sido feita para mim, á minha medida. Era estranho, de facto era estranho, pois fusão de armas não acontecia todos os dias... No entanto já me tinha habituado a coisas estranhas neste mundo, de facto, não era novidade nenhuma. Analisei bem a du'blade, cada contorno seu, cada centímetro de lâmina, as pegas... Era fantástico. Conseguia sentir o poder dela, parecia que a conhecia desde sempre. Olhei bem para a pega do meio. Instintivamente, e sem saber como, separei a du'blade, como se a tivesse partido em duas.
-Ahhhh... Então também a posso usar como espadas... Já percebi...
Afinal não era apenas uma du'blade. Também se dividia em duas metades, passando de du'blade a duas espadas... Resolvi sair dali, não tinha nada mais a fazer naquele lugar... Era tempo de voltar para junto de Gaktak e de Lylith. Não sabia deles, mas o mais provável era terem encontrado a aldeia e parado por lá.
Já saído do templo, e fazia exactamente o mesmo caminho que tinha feito para lá chegar, o meu sentido de orientação nunca me deixou ficar mal. Cheguei ao ponto onde me tinha separado deles, no entanto, não havia pegadas no chão.
-Aquele elementarista podia ter-me facilitado a vida... - Pensei eu.
… … …
- Não sei... Espero que tenha encontrado alguma coisa de interesse... Assim o tempo extra que levará a chegar ao nosso destino não será desperdiçado...
Os turbilhões pararam, pairando um pouco antes da aldeia.
- Talvez… Logo se vê… Bem, entramos? – Perguntou Lylith, ansiosa por chegar ao chão.
- Certo, vamos descer. – Responde Gaktak, que fez com que os dois turbilhões por debaixo deles começassem a descer até ao chão. Alguém falou:
- Alto! Identifiquem-se!
- Gaktak Elentirr, natural do reino de Aranae.
- Eu sou Lylith, Elementarista, natural da floresta Etherna.
- Necromante! Preciso dos documentos! – Lylith sentiu-se ignorada, e nada contente com isso.
- Não os tenho comigo... Perdi-os aquando do naufrágio do navio. - Gaktak criou um Elemental do Vento - Mando isto para os cá trazer...
- Acho bem que se despache. - Respondeu o guarda, secamente.
- Ainda deve de demorar alguns dias... A distância não é pequena...Vai a Narak – referindo-se ao Elemental do Vento. - O mais rápido que puderes. Diz-lhes para fazerem uma cópia do meu documento de NNP, que a minha se perdeu durante o naufrágio do Rasga-Mares e trá-la o mais rápido possível! Memoriza a minha Assinatura de Maná para me encontrares quando voltares.
-Bem... Enquanto eles chegam ou não chegam, vai ficar no calabouço. Formalidades, sabe.- Disse o Guarda, agora a segurar em correntes.
- ENTAO E EU? FICO AQUI SOZINHA NUM SITIO QUE NAO CONHEÇO?! - Berra Lylith. De facto, Não estava nada contente.
- Tivesse vindo com mais alguém... – Respondeu o Guarda, friamente.
- Está a gozar comigo não está?! - Lylith indignou-se.
Depois de prender Gaktak, respondeu:
- Eu tenho cara de gozo, senhora? Vou informar os meus colegas que vou meter este traste no calabouço e daqui a bocado um deles virá. - O guarda vira-lhe as costas, e leva Gaktak para o interior da aldeia.
- Para que? Para me prender também? Veja lá, não fique sem o lugar de guarda por falta de prender gente!"- Gritou Lylith directamente para o guarda.
- Oh cabeça de vento, então não é preciso pelo menos um guarda de serviço à entrada? Caso não tenha reparado, isto é uma aldeia fortificada!
- Calma, calma... – Pediu Gaktak. Ignorado.
- Uhhh! Veja lá se a cabeça de vento não se vira a si!
- Também estava a falar contigo Lylith... - Tentou novamente Gaktak. -Não tem um calabouço onde me prender? Vamos lá despachar isto antes que alguém se magoe...
- É melhor é…- Respondeu Lylith, deixando transparecer todo o seu desprezo para com o Guarda.
… … …
Não interessa. Daqui dá para ver o caminho. Por isso mesmo, comecei a andar, não fosse escurecer, o que já estava a acontecer, e pelos vistos bastante depressa.
Cheguei a aldeia, e á entrada, estava Lylith. Que estranho... Porque raio Lylith ainda estava ali?
-Rohan! Finalmente! Já não era sem tempo! Onde é que andaste? E o que é isso que tens às costas?
Já previa isto... No entanto não lhe ia responder agora. Tinha mais que fazer, e Gaktak não estava ali com ela.
-Calma, uma pergunta de cada vez. Desviei-me um bocadinho, só isso. E onde está Gaktak? Porque não está aí contigo?
-Bem... Er...
-Siiiiiiiiiiiiim? - Algo me dizia que não vinha aí nada de bom...
-Foi preso.
-Foi o quê?! - Porquê eu...
-Preeeeeeeso! Um guarda estava aqui, e depois ele não tinha documentos que provavam que ele não era Necromante activo, porque se perderam no mar, e agora o guarda prendeu-o e, e, e...
-Calma! Já percebi! Então porque é que estás aqui? Porque não entraste também?
- Porque o guarda não me deixou. Armou-se em esperto e insultou-me. - Respondeu Lylith indignada.
-Oh bem... Vamos lá... Boa noite. - Disse eu ao guarda que estava no portão. Isto já não era novidade para mim.
-Boa noite senhor. O que deseja?
-Entrar, obviamente. Tenho um amigo na cadeia.
-Ahhhh... Então você é aquele tipo que o outro falou... Sim, ele disse que viria... E está com esta mulher é?
-Sim, estou. - Tirei a du’blade das costas e aponteia directamente ao pescoço do homem. - E da próxima vez que lhe faltar ao respeito vai aparecer a dormir com os peixes no mar, estamos entendidos? Agora deixe-me passar que tenho mais que fazer do que ouvir um homem que não tem onde cair morto.
O homem estava assustado, no entanto, foi capaz de responder:
-Sssim senhor, peço imensa desculpa senhora, e-entrem p-por favor.
E assim entramos. Tínhamos que encontrar Gaktak, mas também não era difícil. Era só procurar guardas que eles nos levariam ao seu encontro com toda a certeza.

25 de maio de 2011

"Também ela será Luz..."

Fecho os olhos...
Aquele doce rosto aparece...
Tão parecido contigo...


Olho então para o exterior,
E no meu cantinho estás tu...
Luz...

Tomo-te nos meus braços,
Sinto cada pedaço de ti,
E a minha mente viaja...

Para longe, ou talvez para tão perto...
Revejo aquele rosto,
No entanto, agora tudo ganha forma...

Longos cabelos negros descem
Pelo rosto, pelo peito, e ficam-se pela cintura.
No entanto, baixinha...

Sinto-te junto a mim,
Ouço o teu sussurro silêncioso...
"Amo-te..."

Ela acena-me,
Com aquela mão pequenina,
Revelando os seus dedos...

"Sais á tua mãe...", digo-lhe.
Ela sorri, e os seus olhos castanhos brilham.
"Tão bela que tu és..."

Não muito longe,
As minhas mãos percorrem-te,
O teu cabelo roça-me as faces...

A menina olha-me e chama-me...
Não falou, apenas me abraçou.
Também a ela nos meus braços tomei.

Daqueles negros caracóis, pendia uma franja,
Que lhe ocultava parte da face pálida.
Peguei-lhe ao colo...

Os meus dedos percorrem a tua face,
Procuram os teus lábios...
Quero-te simplesmente...

Caminho... A menina vai cantarolando,
Olhando em todas as direcções,
Enquanto o pai a observa, curioso.

"Luz", digo-lhe, "Onde está a mãe?"
A menina olha-me e sorri. Responde:
"Aqui", aponta para o peito...

Os meus lábios encontram os teus,
Perco-me em ti, mas a tempo de dizer:
"Também ela será Luz..."

Amo-te.

17 de maio de 2011

Némesis - Capitulo VI

Orion estava á superfície da Terra haviam quatro dias. Estava fraco, zangado, a fúria que há tantos anos tinha acumulado pela rapariga estava a querer saltar cá para fora... A matança efectuada na aldeia não lhe saciava o seu apetite por matar. Ele sabia que não podia voltar a casa, sem antes ter acabado a sua missão. Percorreu a floresta em redor da aldeia, com esperança de a encontrar. Nada lhe apareceu á vista, ele voltava sempre para a aldeia de mãos vazias. Ao fim do terceiro dia, resolveu tornar a entrar na casa onde a rapariga estaria antes de desaparecer. Procurar pistas sobre o seu aspecto, cor do cabelo, o que vestia, seria o mais acertado a fazer, visto que, se queria encontra-la, ao menos tinha de saber o seu aspecto... Afinal, ela não era uma rapariga normal... Ele sabia disso, ele sabia do perigo que ele e os da sua espécie corriam... Era grave, a situação...
Olhou em redor. Depois de toda aquela destruição ali presente, seria difícil de encontrar alguma coisa... Orion devia ter-se controlado melhor, não devia ter reagido daquela maneira... Olhou, por acaso, para a parede onde tinha gravado as suas palavras, onde tinha cravado a sua adaga... Mas espera, a adaga já lá não estava... Já lá não estava? Como é que... Não... Poderia? Poderia ter a rapariga voltado a casa?
Todas estas perguntas passavam pela cabeça de Orion no momento em que fixava os seus olhos na parede de madeira. Afinal, se tivesse ficado quieto no mesmo sitio, em vez de sair por aí á procura de um corpo sem rosto, provavelmente já tinha acabado o seu trabalho ali, e provavelmente já estaria em casa, a gozar os milénios que ainda tinha pela frente, sem se preocupar com a destruição do submundo... No entanto, Orion não se enfureceu. Antes pelo contrário, só lhe deu mais animo para procurar a mais pequena pista sobre a rapariga. Ao olhar para o chão, descobriu uma almofada encostada a um canto. Porque não? Foi até lá, e apanhou a almofada. Observou-a atentamente. Um cabelo.
-Hum... Castanho... Já é melhor que nada... - Disse este para si mesmo.
Já sabia que a rapariga tinha cabelo castanho. No entanto, não podia andar para aí a matar todas as raparigas de cabelo castanho que encontrasse. Quer dizer, poder podia, mas não era a mesma coisa. Dava trabalho e Orion não estava muito para aí virado. Saiu da casa, e assumiu a forma de uma ave. Rapidamente, elevou-se nos céus e começou a sua busca. Para começar, foi uma ideia idiota, tendo em conta que á sua volta só havia floresta, e ele não tinha visibilidade nenhuma para ver mais além que as copas das árvores. Mas não tinha alternativa. Estava fraco, não conseguia transformar-se em algo que se movesse por terra. Voou até à aldeia mais próxima. Decidiu descer até a floresta e retomar a sua forma, com uns pequenos ajustes, de modo a parecer mais... Humano. Entrou na floresta. Olhou em seu redor. Todos estavam ocupados com os seus afazeres. Tarefas domésticas, um ferreiro que reparava espadas, um velho que trabalhava um arco, as mulheres que conversavam umas com as outras. Dirigiu-se ao velho. Se ela tivesse passado por ali, decerto que já tinha saído. Decidiu agir como se estivesse apenas curioso na vida quotidiana.
-Boa tarde - Cumprimentou.
-Boa tarde. Deseja alguma coisa? - Perguntou o velho homem não desconfiando de nada.
-Estou só de visita, mas gostaria de aprender um pouco mais sobre a aldeia. Vive cá á muito tempo?
-Está bem, no que o poder ajudar, eu ajudo. Sim, vivo nesta aldeia desde os meus tempos de menino.
-Como é viver aqui?
-É bom, é calmo, agradável... Por vezes as crianças fazem as suas travessuras, mas não é nada que nós, habitantes, nos importemos. Tiram monotonia aqui ao sítio.
-Parece gostar de viver aqui...
-Sim, é de facto muito bom... Vou praticando o meu ofício, como pode ver, trabalhar a madeira.
-Sim, já reparei... Costumam ter gente nova? - Orion queria chegar ao fundo da questão, e depressa. Não tinha paciência para conversas amigáveis com humanos.
-Para dizer a verdade não... É raro aparecer alguém novo aqui... Normalmente, as pessoas que aparecem cá são de aldeias vizinhas.
-Estou a ver... - Orion preparava-se para se ir embora, o velho não tinha mais nada para lhe dizer.
-Por acaso, há uns dias chegou uma pessoa nova.
Orion estancou no lugar onde estava. Virou-se para o velho, o seu interesse estava a aumentar. Talvez aquela conversa não fosse uma total perta de tempo.
-Interessante... Um caçador perdido, não?
-Não, não, nada disso. Uma rapariga, mas jovem. Devia ter uns... Dezanove, vinte anos... Por aí.
-A sério? E ainda cá está?
-Já não... Já se foi embora...
-E como é que ela é? - Orion sabia que estava a demonstrar demasiado interesse pela rapariga, mas tinha de saber o máximo possível sobre ela.
-Bem... Há pouco para dizer... Era altinha, cabelo castanho, a sua face deixava transparecer medo... A pobre rapariga estava amedrontada...
-E para onde é que ela foi? - O velho homem apontou para a direcção da floresta, por onde Némesis tinha saído da aldeia.
Orion sorriu.
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"Viajar serve essencialmente para comparar. Descobrir o que nos separa e o que nos une como seres humanos" - Gonçalo Cadilhe

Viajar. Porquê viajar, sair do nosso conforto, por mais pequeno que seja? Eu não prefiro viajar fisicamente. Não apenas por causa do tão conforto que tenho, mas porque para mim, viajar mentalmente é muito mais lucrativo e enriquecedor. Talvez viajar sirva para comparar, não sei. Quando viajo para a mente de outras pessoas, não as comparo com nada ou ninguém. Não é isso que e importa, só me importa chegar ao fundo da questão, de modo a que seja possível resolver o problema. E porquê descobrir o que nos separa e une como humanos? Talvez a minha verdadeira necessidade não seja de facto descobrir estas diferenças que existem, mas sim descobrir o que nos une. Todos nós, apesar de diferentes situações, somos parecidos. Não, dizer que somos parecidos é errado. Todos nós já passámos semelhantes situações, mesmo que estas sejam diferentes. Contradição? Talvez... Mas não é graças às contradições que viajamos em busca da razão? Claro está que sim, ou pelo menos, no meu caso... Viajo em busca de novos problemas, de novas soluções. Afinal, viajar na mente de outras pessoas, escutando o mais pequeno pormenor, não é o que nos torna humanos? Mais uma contradição: nem todos temos esta capacidade de ouvir, de escutar, melhor dizendo, e de ajudar o mais possível. Quantas vezes não fiz isso, óh se fiz... Talvez seja por isso que me tornei uma pessoa melhor, não por mim mas pelos outros. Sim, foi isso. Acredito que toda esta viagem que diariamente faço ajuda-me a perceber melhor as reacções humanas, a forma de pensar humana. Afinal, é isso que nos distingue dos animais irracionais? No entanto, também nós somos irracionais por vezes, naqueles momentos chamados de "cabeça quente"... Não pensamos nas nossas acções, consequências e por vezes arrependemo-nos...
A mente humana é de facto um destino grandioso, onde nem todos conseguem chegar... Tempo, dedicação, só assim seremos capazes de conseguir os nossos objectivos. Afinal, como humanos, o que nos une não são os nossos objectivos? Por mais diferentes que sejam? Gosto de acreditar que sim.

24 de abril de 2011

Fly e Santy - 4ºParte

Lembram-se da Fly? Sim, a nossa amiga Fly que se desvaneceu em Luz, juntamente com Santy. Ambos estavam felizes, ambos se apaixonaram um pelo outro... Ambos partiram em paz, a paz que tanto procuravam. Mas não desapareceram... Continuam connosco, no nosso dia-a-dia, no nosso pensamento, o nosso ser interior. Viajando por ai...
E o anjo de uma só asa? Que chorou uma lágrima, negra? Para dizer a verdade, chorar não é necessáriamente mau. O anjo chorou de alegria. Porque, apesar de a sua lágrima ser negra, nada quer dizer que seja de trizteza. Ou quer? Aquele anjo, como descrito anteriormente, não era apenas uma estátua, era muito mais que isso.
A Fly e o Santy desvaneceram-se em Luz, Luz essa que se perdeu no vasto céu. Lá fora, familiares e amigos choravam a morte deles... Enquanto eles percorriam os céus, sob forma de Luz, sem que os outros se apercebessem... Pois é... Depois desse dia, nunca mais houve tristeza no mundo, nunca mais houve desespero, nunca mais houve medo... O sonho da Fly sempre foi voar... E como se dizia, “espero que agora tenhas realizado os teus sonhos...” . E se formos a ver bem, foi o que aconteceu. Fly voou, juntamente com Santy, voaram os dois pelo mundo fora, percorrendo todos os corações de todos aqueles que de alguma forma, não estavam bem... Eles trouxeram a Luz ao planeta, Luz essa que lhe tinha sido tirada, pelo sofrimento, pela mágoa, pela crueldade... Mas agora está tudo bem... Afinal o anjo chorou... A lágrima que ele chorou, foi toda a tristeza que restava nos corações de Fly e Santy, permitindo-lhes a liberdade e a paz que tanto ansiavam... Agora, aquelas almas transmitiam para o anjo toda a infelicidade que existia no Mundo, toda a inflicidade que encontravam... Sim, é verdade, quando entraram na capela, a estatua estava negra... Porque será?
Agora, está tudo bem, está tudo perfeito...

Não era bom se o nosso Mundo fosse como o de Fly e Santy? Perfeito? O meu é... E o vosso?


FIM