26 de junho de 2010

Capitulo V - Desorientações

Eu e Lilyth estávamos já no mar há já alguns dias. Encontrávamo-nos no meio de uma tempestade, a maior que eu já vira. Chovia muito, o mar estava agitado, ameaçando virar o barco, e este era bem grande. O céu enchia-se de luz e barulho, tão fortes eram os relâmpagos e trovões. Parecia o início do fim...
- Aguenta-te, pior não pode vir! - dissera eu.
- É uma pena ainda não saber teleportar-me! - dissera Lilyth.
- Mas mesmo que soubesses, não sabíamos para onde ir! Nunca lá estivemos antes!
- Tens razão! Foda-se! Temos de sair desta tempestade. Verifica a bússola. A Ilha fica para norte, temos de seguir para lá!
E eu assim fiz. Seguimos para norte, o mar não dava tréguas, este não queria ceder à nossa passagem. Ficamos nisto durante dois dias. Não dormimos, não descansamos, não comemos. Até que...
- Finalmente! Fogo pá, olha para isto! Conseguimos esquivar-nos á estúpida tempestade, mas a porcaria do barco está um caco, assim não iremos longe! Homens, toca a descansar enquanto o mar está calmo! Porque depois, temos de tratar de remendar este pedaço de madeira flutuante! Lilyth, anda, vamos descansar...
E lá fomos. Dormimos juntos, tal como todas as noites fazíamos. Quando despertamos, era de noite. Esta estava calma Ouvia-se apenas o silêncio da noite, e a calmaria do mar. Verifiquei o mapa. Estávamos a ir bem. Já tínhamos passado pela tempestade... Não devia faltar muito...
-Vai descansar, tu estás cansada.
-Não, quero ficar aqui contigo. Vai TU descansar que eu fico bem.
-Se não vais eu também não vou! - respondi eu.
Aproveitei para ir falar com o homem que estava ao leme.
-Falta muito para chegar?
-Não sei... Já se devia avistar a Ilha daqui... é estranho...
Continuamos a navegar durante outros dois dias. A Ilha devia estar perto. De repente, entrámos numa zona do oceano que parecia... mais profunda que o resto do oceano... muito mais... Era estranho.
-Lilyth, que achas disto?
-Parece... parece... que algo foi aqui engolido... Como se outrora houvesse aqui algo e que agora... desaparecera... mas não pode ser!
Espera lá... será que... mas... foi um sonho... eu sonhei que uma ilha ia ser... arrasada pelo mar, atacada por uma frota de navios ne... Mas tudo tinha sido um sonho! Será que... não, não pode ser! Não pode!
Agarrei a lente que tinha comigo. Em toda à volta só se via mar negro. Que será que aconteceu? Terá a Ilha sofrido um enorme ataque e sido dizimada ao ponto de se afundar no meio do mar? O sonho... só pode ter sido coincidência, eu não prevejo o futuro a dormir... Mas... se de facto a Ilha foi atacada e dizimada, haverá sobreviventes? E agora? Para onde ir? Norte, Sul, Este ou Oeste? Que rumo tomar? Decidi não revelar estas questões aos homens do barco... Não fossem eles tomar-me por louco e atirar-me á fúria do mar, para além disso, temo que fizessem o mesmo a Lilyth...
-Lilyth, vamos seguir em frente... Acho que estamos perdidos...

Não sabíamos para onde ir. Estávamos no meio do oceano, sem rumo, sem destino. Como aconteceu? Uma ilha não podia ser engolida do nada! Que eu saiba não se estalam dedos e puf! Ilha à vida! Bem, já nada me surpreende... Acho…
Tinha-mos visto há algumas horas atrás uma espécie de bola de água vinda do mar, não muito longe de nós. Curiosos, fomos até lá. (também não tínhamos nada melhor para fazer…) Chegámos à origem da bola. Parecia um cenário de guerra.
-Rohan, estão ali destroços... Parecem de navio naufragado... – dissera Lilyth.
-Tens razão, estão mesmo ali destroços... Poderão pertencer á frota da Ilha?
Que confusão! A minha namorada é uma espécie de feiticeira, a Ilha para a qual seguíamos, desaparece porque um inútil qualquer lembrou-se de estalar os dedos... Que falta acontecer mais...
-Olha, está ali um homem, um homem agarrado a um pedaço de madeira! - disse Lilyth exaltando-se.
-Aonde, aonde? Não vejo... Homens, tragam aquele homem para bordo!
Este homem, quando o resgatamos, estava agarrado a uma espada, e não a um tronco... Porém, este estava inconsciente. Como poderia estar agarrado á espada?
Era um homem jovem, tinha cabelos brancos. Bem, não é assim, tão esquisito... Verifiquei-lhe os olhos para ver se este estava vivo. Aparentemente, os olhos dele não estavam vidrados, sinal que, embora inconsciente, este estava vivo. Tinha olhos vermelhos. Porquê? Porquê eu? Porque tive que apanhar com todas as coisas esquisitas nesta inútil vida! Ao despir-lhe as vestes molhadas reparei que este tinha o braço esquerdo... como que envelhecido... Em seguida, deitámo-lo numa cama do navio.
-Lilyth trás a espada do homem para aqui. Lilyth?
Lilyth estava com um ar sonhador. Estava a fazer aparecer do nada bolas de fogo e a dá-las á espada, vendo-a a rejuvenescer lentamente por cada bola de fogo consumida.
-Lilyth que estás a fazer! Pára com isso!
-Mas ela gosta! Parece que está mais jovem! Ia jurar que já tinha uns anos valentes...
Boa, ainda mais coisas esquisitas! Só faltava a espada ter vida própria! Entretanto, o homem começou a mexer-se. De súbito, acordou sobressaltado, tentou levantar-se mas não foi capaz. Porém, teve forças suficientes para quase berrar estas palavras:
- Onde está Ifrii? - disse o homem de cabelos brancos e olhos vermelhos.
Mas... quem diabos é Ifrii?

18 de junho de 2010

Sonhos Interrompidos

Hoje olhei o céu... Estreles pairavam acima de mim...
Pequenos pontos brilhantes cintilavam muito longe...
Tornei a percorrer o céu, procurando algo mais que as estrelas... Procurava a Lua...
Porém, por mais que olhasse para cima, não a via de modo nenhum... Até que olhei em frente... E lá estava ela, grande, bri9lhante, tão brilhante... Quase que lhe conseguia tocar... Fui até ela... Foi então que pensei: "quem me dera que a nossa noite fosse assim..."
Regressei então de novo á Tera... E percebi onde era realmente o meu lugar... Uma vez mais, olhei ede novo para a tão brilhante Lua, e pedi: "Leva-me até ela".
Então, como por magia, comecei a levitar... Sentia-me tão leve...
Depois, de súbito, o meu corpo foi levado por uma brisa suave... Passei a grandes velocidades, sempre com a mesma brisa, por lugares lindos, paisagens, castelos, rios... Até que a vejo, a ela, e estico os meus braços para a alcançar... Ela estava tão perto, tão, tão perto...Até que pouso no chão e vou ao encontro dela... Aproximei-me, timido, devagar. E estico os braços para te abraçar. Porém, de repente, tudo á minha volta ficou negro... E acordo no meio dos lençois... Tudo não passara de mais um sonho...

Vou até á janela. A Lua está tão brilhante... Tão perto...

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