27 de março de 2011

Némesis - Capitulo III

Orion mantinha-se naquela posição havia muito tempo. Estava pensativo, ele sabia que a sua vida estava por um fio, no entanto, permanecia calmo, com a sua expressão fria e cruel de sempre. Ele esperava ansiosamente que o seu lacraio chegasse, com uma solução para atravessar a fronteira. Havia muito que Orion não se tinha que preocupar, que se mantinha na sua "casa", sem ser incomodado por patetices como os humanos.
Humanos... Aqueles que pensam que podem fazer tudo o que querem só por andarem á superficie da Terra... Aqueles que se acham muito corajosos... Se realmente soubessem aquilo que vive entre eles... Não se achavam assim tão corajosos.
Orion vivia no sub-mundo, uma dimensão que ficava por baixo da Terra mas que, no entanto, não estava lá. Para  se chegar lá, era preciso atravessar a fronteira... Uma espécie de portalque só aparecia a quem a conseguisse fazer aparecer. Por isso é que os humanos continuam á superficie da Terra... Coitados... Se todas as criaturas e seres que aqui habitam pudessem atravessar a fronteira, já não haviam humanos á face da Terra, e Orion não tinha o problema que tem agora...
Orion era um demónio, que habitava neste sub-mundo. No entanto, Orion não era um demónio qualquer. Este era o demónio-mestre, aquele que reinava naquele mundo. Diz a lenda que, "há-de nascer aquela que acabará com o demónio-mestre, encerrando para sempre o mundo obscuro e cruel que por baixo da mesma existe".
Era essa a preocupação de Orion. "Aquela" tinha nascido á superficie, e ameaçava destruir o sub-mundo... Para sempre...
Orion já tinha deixado passar demasiado tempo, arriscara-se demais.
Foi á 20 anos que tudo deveria ter ficado logo resolvido... Orion tinha conseguido atravessar a fronteira, e foi ao encontro do local onde "aquela" se encontrava. No entanto, dessa vez, o trabalho não tinha ficado bem feito... Orion aprendeu da piõr maneira que, "se queres uma coisa bem feita, fá-la tu mesmo". Dessa vez, Orion mandou das criaturas do sub-mundo, que tinham atravessado a fronteira com ele, para matarem a familia, e principalmente a pequena criança com um ano e poucos meses, aquela que podia ser capaz de destruir o sub-mundo. Como era de esperar, as criaturas flharam, deixaram-se apanhar, matando apenas os pais, deixando a garota a chorar, sózinha no mundo. E Orion teve de fugir com receio de ter o mesmo destino das criaturas. E voltou para o sub-mundo. Segundo a lei sagrada do sub-mundo, um habitante só poderia vir á superficie de 20 em 20 anos, ou em vez disso, sofreria horrores inimagináveis. Nem mesmo o demónio-mestre podia mudar a lei, ou mesmo contorna-la E esses 20 anos tinham passado.
-Senhor, está tudo pronto... Está na hora.
Orion abriu os olhos e respondeu:
-Certo, vamos a isto.
Orion dirigiu-se ao amplo salão onde tudoestava montado, onde a cerimónia estava pronta para começar. Sentou-se no seu trono e observou atentamente o que tinha de fazer. No chão, estava desenhado um circulo perfeito, com uma estrela de seis pontas no interior, mas que não tocava na linha do circulo. Também tinha runas escritas, planetas desenhdos, e dois lugares pra supostos objectos. Orion respirou fundo. Sabia exatamente o que fazer, já o tinha feito antes. Agarrou na sua adaga, e avançou para o centro do circulo. Respirou fundo, levou a adaga ao raço esquerdo, e abriu com um corte profundo o braço, deixando escorrer sangue para o primeiro lugar dos objectos. O sangue percorreu todas as linhas do desenho inscrito no chão. Em seguida, Orion criou um chama sagrada azul, e deixou-a cair no segundo lugar para os objectos. O fogo fez o mesmo que o sngue, e quando o desenho ficou envolto na chama azul, rompeu em labaredas enormes. Orion recitou as palavras de passagem para a uperficie e fechou os olhos. O fogo envolveu-o, o sangue elevou-se numa torre vermelha escarlate, reomando em seguida ao chão. Quando isto aconteceu, Orion já não estava lá, e o sangue e o fogo tinham desaparecido, deixando o chão tão brilhante como dantes.
...
...
...
Era noite, e uma tempestade estava prestes a começar. Caiu um relâmpago, o primeiro da noite. A aldeia estava deserta, silênciosa. Começou a chover, e uma rapariga saiu á rua pouco depois de começar a chover. No entanto, não ficou lá, avançou direita á floresta e não voltou mais. A tempestade intensificou-se, e relâmpagos sucessivos atingiam violêntamente o chão. Do nada, uma torre de sangue ergueu-se do chão, descendo em seguida (provavelmente, quem observasse á distância não diria que se estava a passar ali alguma coisa sobrenatural), dando lugar a uma aura azul, proveniente do fogo sagrado. Começou então, Orion a aparecer na Terra, onde devia de ter sido bem sucedido há 20 anos atrás... Tão depressa como começara, a cerimónia tinha acabado. Orion tinha atravessado a finalmente a fronteira. Este ia finalmente assegurar a sua sobrevivência, matando "aquela" descrita na lenda que, ao que parecia, e como Orion comprovou havia ano antes, ser verdadeira. As grossas gotas de chuva caiam-lhe na face. Este ainda tinha a adaga na mão, e o seu braço a sangrar. No entanto, Orion sabia que não podia perder tempo om isso, haviam coisas a fazer naquela noite. Aquela ia ser uma noite muito sangrenta, e Orion estava decidido a não deixar quais queres sinais de vida ali. Avançou para a primeira casa. Entrou e olhou em volta. Não havia sinais da mulher que este procurava ali. Matou as pessoas que ali se encontravam. Á medida que este entrava em mais casas, a sua paciência esgotava-se e a sua ansiedade crescia. Ela não estava em sitio nenhum. Orion estava de frente para a última casa. Tudo o resto tinha sido arrasado, todas as vidas daquele local tinham sido varridas. E ela estava mesmo ali, á frente dele, atrás daquela porta de madeira... Este, respirou fundo e deitou a porta abaixo. Entrou.
Orion olhou em todas as direcções. Não acreditava no que os seus olhos viam! A casa estava vazia, vazia! Orion gritou de raiva, frustração, destruiu tudo o que havia lé e, quando estava prestes a sair, voltou atrás. Com a mão, levou-a ao braço esquerdo que ainda sangrava e, com o próprio sangue, escreveu naquela parede as palavras:
"Vou encontrar-te!"
E espetou a adaga na parede, saindo por fim daquela casa. Orion não podia acreditar, esperou tanto tempo para no fim... Falhar outra vez... Não iria voltar já para o sub-mundo, não podia! A sua vida estava por um fio, dependia se a humana vivia ou não...
Continuava a chover torrencialmente, a tempestade não cessava. Orion não sabi o que fazer, onde procurar...
Na floresta, onde só se ouvia o som da chuva a cair, uma rapariga de 21 anos dormia encostada a uma árvore...

-------------------------------------------------------------------------------
Fim do Capitulo III

0 comentários: