23 de abril de 2011

Némesis - Capitulo IV

Némesis ficou naquela casa mais uns 3 dias. De facto, ela sabia que não poderia ficar ai, mas também não sabia para onde ir.
Ao fim do quarto dia, Némesis despediu-se daqueles que a acolheram. Ela tinha de continuar. Saiu daquela casa. Seguiu uma direcção, qualquer uma servia, menos aquela que a trouxera até ali. Reparou num homem que tratava de um arco. Dáva-lhe jeito, se ela ia para a floresta, convinha ter algo que a defendesse.
-Boa tarde - Disse Némesis educadamente.
-Boa tarde minha jovem. O que deseja? - Respondeu o velho, com voz rouca.
-Queria saber quanto custa esse arco, que está a trabalhar...
-Custa 5 moedas de ouro, jovem.
-Hum... - Mormurou Némesis.
-Está interessada em conprá-lo?
-Não, não, era só para saber...
-Não tem dinheiro, pois não, minha jovem? - Interrogou-a o homem.
Némesis corou. Na verdade, ela não tinha mesmo dinheiro, e o velho homem apercebeu-se disso.
-Alguma vez disparou um arco?
-Não, nunca. - Respondeu Némesis.
-Espera um momento.
O velho tinha entrado na sua casa e, ao sair, trazia um outro arco muito trabalhado.
-Vejamos... - murmurou ele. - Está a ver aquela árvore ali ao fundo? Aquela onde lhe falta um pedaço de casca?
-Sim, estou.
A árvore não estava própriamente perto...
-Segure - o homem estendeu-lhe o arco. -Tem 3 tentativas para acertar no meio da falha da árvore, onde lhe falta a casca.
Némesis segurou o arco. Era leve, ao contrário do que parecia. Ela armou-o, encaixando a flecha na corda. De seguida, levantou o arco e fechou ligeiramente o braço esquerdo, para que a corda não lhe acertasse quando esta a largasse, puxando em seguida a corda atrás. O tiro fora instantâneo. A flecha só parou no sitio pretendido. O centro da folha na casca da árvore.
-Basta. É o suficiente. - disse o velho.
Némesis estendeu o arco ao homem, mas este limitou-se a esboçar um sorriso.
-Fique com ele. Mereceu-o. Parabéns.
-Não! Não posso aceitar, não paguei ou trabalhei por ele! - Exclamava ela de indignação.
-Fique com ele. Afinal, ganhou o desafio. Acertou na árvore, na falha, com a primeira flecha. Não é qualquer um!
-Isso... isso foi sorte de principiante! - argumentava ela.
-Ainda assim, quero que fiques com ele. Estará concerteza melhor nas suas mãos.
Némesis não teve outro remédio senão aceitar o arco.
-Muito obrigado então... - Agradeceu esta, corada pela vergonha.
-Não tem de quê, jovem, e boa sorte! - disse o velho, piscando-lhe o olho.
Némesis agradeceu uma vez mais. O velho também lhe dera uma aljava cheia de flechas. Némesis estava finamente pronta para a sua "fuga". Com o arco na mão esquerda, embreinhou-se na floresta. Estava um dia ameno.

0 comentários: