19 de dezembro de 2010

Sexta-Feira

Poderia continuar a pensar nele… Naquele dia em que estávamos na biblioteca do liceu, sentados naqueles sofás tentadores que teimavam em chamar por nós… Aquele dia em que foi tudo tão perfeito… Quem me dera que não tivesse acabado…
No entanto, não seria a primeira nem a ultima vez que nos iriamos sentar naqueles sofás, a ouvir a professora Celeste a dizer “não se namora aqui!”
Mais uma vez fomos para aqueles sofás, no último dia de aulas do primeiro período, na última hora que nos restava daquele dia. Chegamos então á biblioteca do liceu, e sentamo-nos. Uma aragem fria tinha cessado, estava quente, por isso, na biblioteca. Continuava de mão dada com ela, não queria de maneira nenhuma separar-me dela. Queria aproveitar todos os segundos possíveis para poder vela, tela ao pé de mim, sentir o seu toque…
Rapidamente o tempo passava, no entanto, era como se tivesse abrandado para nós. Cheguei-me mais para ao pé dela, sentia cada pedaço do seu corpo encostado ao meu. No entanto, ela encostou a sua cabeça sobre o meu peito, e dormitava. Eu fiquei ali a observa-la, sem pressas de a acordar. Antes pelo contrário. Enquanto ela o fazia, não cessava de lhe acariciar as faces, de lhe depositar beijos nas suas faces quentes e macias. Era um sentimento fantástico, poder estar ali, vela na sua inocência mais pura… Também eu cedia, a pouco e pouco ao sono que parecia rondar aquele local. Fechei os olhos por instantes, sem deixar de lhe acariciar as faces. Tinha de controlar o tempo, não me podia deixar dormir, pois sabia que em breve ela teria de se ir embora. Mas isso agora não interessava. A única coisa que interessava era ela, a minha princesa, que dormitava ali no meu peito… Sentia-me feliz, sem dúvida alguma. Apesar de estar a ceder ao sono, queria que aquele momento durasse para sempre… Ambos estávamos quentes, de tal modo abraçados que partilhávamos o calor um do outro. Sentia a respiração dela, calma, descansada. De vez em quando, ainda via os olhos dela a abrirem. E pensava “eu ainda aqui estou… e sempre estarei princesa…”
No entanto, aquele momento, tão perfeito que estava a ser, foi de súbito interrompido. Lá vinha outra vez a professora Celeste, a dizer que não podia ser, que não podíamos estar ali assim, que não era exemplo para os outros alunos… E lá saímos nós dos sofás tão cómodos que eram, e fomos para fora da biblioteca, onde reinava o frio… No entanto, apesar do frio, isso não nos impediu de estarmos juntos. Chegamos ao pé dos cacifros da escola, fomos buscar os nossos pertences, deixando o nosso cacifro vazio, e constatamos que ainda tínhamos cinco minutos antes de a mãe dela lhe ligar, com a habitual conversa de “despacha-te, já aqui estou á espera há uma data de tempo!”.
Abraçamo-nos, não queríamos que aquele abraço acabasse… Sabia-mos que só nos veríamos novamente em Janeiro, e estas férias iriam ser uma tortura para ambos…
E começa o telemóvel a tocar… deslargamo-nos, e vamos ao encontro do exterior, que estava ainda mais gelado que o interior do liceu.
E despedimo-nos… mesmo ali, em frente do carro da mãe dela, puxei-a para mim, abracei-a, e beijei-lhe a face macia e suave, relembrando os momentos antes passados na biblioteca do liceu, relembrando todos os nossos abraços, aquela sensação de aconchego quando me perco nos teus braços, aquele teu olhar, aquele que só voltarei a ver no final das férias, em Janeiro. Até lá, vivo com estas saudades que não acabam… Mas que, em sonhos, me levam até ela.
Amo-te Princesa <3

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