20 de outubro de 2010

Barquinho de Papel

Eu gostava de ser um barco. Um barco pequenino de papel. Um barco de papel. Um barco que pudesse nascer no rio, aliás, na nascente desse mesmo rio. No entanto, não estou em posição de fazer exigência alguma. Por isso mesmo, vou continuar a história do meu barquinho de papel.
E largo-o, ao meu barquinho de papel, no inicio daquele rio, na nascente de água pura e inalterada por qualquer ser ou alguma coisa.
E começava a jornada do pequeno barquinho de papel. Avança, tímido, muito devagar, para não se afundar antes de chegar ao seu destino.
O rio está calmo, permanece no seu estado mais puro, mais inalterado. O barquinho de papel sente-se feliz. Continua a percorrer este rio. Com o tempo, o rio vai ficando aos poucos mais rápido, mas ainda assim, o pequeno barco de papel não se deixa intimidar. Continua o seu caminho, sem medo. Parece que o nosso barquinho é corajoso.
Mas um dia algo mudou. Uma tempestade. O rio transbordara. O pequeno barquinho não estava pronto para a tempestade. Ele tentou lutar contra a tempestade. Quase que desistiu de lutar contra ela. Mas a tempestade passou, o barquinho pequenino tentou continuar o seu caminho. Estava fraco, indefeso....
O tempo passou, e o pequeno barquinho conseguiu recuperar-se dessa tempestade.
O sol raiava no céu, o barquinho de papel estava de novo encorajado para continuar o seu caminho.
O sol raiou no céu durante muito tempo. O barquinho de papel estava feliz. O seu caminho estava iluminado. Porém, o céu enegrecia a cada dia que passava.
Alguém vira o barquinho, e decidira apedrejá-lo. Não sei bem porquê! O barquinho, estava triste. Estava quase a desistir de continuar o seu caminho, até ao seu destino final. Ele ao inicio pensou que o caminho era fácil, que não ia haver obstáculos na sua frente. Alguém que vira o que aconteceu, ajudou o barquinho de papel a não desistir do seu caminho. Então, o barquinho continuou o seu caminho, o rio já não era calmo, já não era pacifico, estava sujo, poluído... O  barco estava em muito mau estado, chorava muitas vezes a pensar no que lhe tinham feito, perguntando-se o que lhes tinha feito... Estava fraco, triste...
Esse alguém desapareceu da vida do barquinho. Este, sentiu-se a afundar no rio que agora estava negro. O céu estava da cor do rio.  Negro. Começou a chover. Relâmpagos surgiram no céu. O barco de papel chorava pela ausência desse alguém. Agora não tinha alguém com quem desabafar. Porque tinha sido abandonado.
O tempo passou. O barquinho foi obrigado a crescer. Não teve a vida feliz com que tanto sonhara. Tinha sido atacado, estava ferido, desgastado. Nesse tempo que teve de crescer sem ter vontade, mas porque teve de ser, perdeu tudo aquilo que tinha.

Hoje, se perguntarem pelo barquinho de papel, ele está frágil, triste, perdido.
E o rio? Não foi solidário para com o barquinho de papel...
O barquinho de papel perdeu-se naquele rio negro... Ainda hoje está perdido, recordando os momentos passados, recordando aquele alguém que o ajudou, mas que depois o abandonou, derramando lágrimas de sofrimento...
Pobre barquinho de papel...
Será que ele vai conseguir alcançar o seu destino final?

5 comentários:

Anónimo disse...

esperemos que o barquinho recupere e chegue onde deseja e possa ser feliz...

mas nem sempre é fácil, há sempre muitos obstaculos...desistir? nunca...

Patricia disse...

Sempre vai ser um super barquinho? Sei que é de papel mas se já ultrapassou tempestades e apredejamentos e não se afundou não achas que é super?

Warrior of Light disse...

Tens razão, de facto há muitos obstáculos... E nem sempre ´r fácil, aliás, nunca é... desistir e sempre "o ultimo recurso"..


Tens razão Patricia, é capaz de ser um super barquinho, apesar de tudo, ele ainda não se afundou ;)

Inês disse...

Pobre barquinho... sniff sniff.
Há-de ir parar a outro rio.
Um bonito e calmo, com peixinhos e tudo.
Vais ver.

Warrior of Light disse...

Talvez... Quem sabe o barquinho não encontre esse rio... Quem sabe se não aparece um outro "alguém" para o salvar...