Porque é que tudo o que existe tem de ter um sentido? Porque é que a
própria existência tem de ter um sentido?
As coisas existem porque sim. Não é por nos perguntarmos vezes e vezes
sem conta que vamos descobrir o sentido disto ou daquilo. A vida ensina-nos a
viver, a observar o Mundo, a sentir, a existirmos como pessoas que somos, e
como seres que habitam o planeta. As nossas vivências vão para além de um
sentido, porque se virmos bem, uma vivência não se constrói por ter um sentido
ou para ter um sentido. Uma vivência, por muito boa ou má que seja, acontece
porque não está ao nosso alcance controlar o seu sentido, ou a sua existência.
Não é por desejarmos muito um cargo novo no trabalho que vai acontecer só
porque queremos. Não é por não querermos que o nosso melhor amigo viva para
sempre, que isso vai acontecer. Nós não controlamos uma existência ou qualquer
sentido. No entanto, podemos definir o sentido da nossa vida. Se virmos bem, a
realidade é assim. Somo donos de nós próprios, somos nós que comandamos a nossa
vida, somos nós que damos o nosso sentido á vida. Mas somos nós que damos o
sentido, e não a existência que dá sentido ao que somos ou ao que está á nossa
frente… Quando queremos muito uma coisa, não é pelo facto de aquilo existir que
tem um sentido próprio. Qual é a definição de sentido? Quando dois pais estão á
espera de um filho, esse fenómeno faz sentido para eles, mas… Nem sequer existe
ainda… Ou melhor, quando esses dois pais idealizam o filho que querem ter. De
facto, dão-lhe sentido, mas… Não existe!
O sentido das coisas e a existência de alguma coisa não têm de estar
relacionados, não fazendo, portanto, disso uma regra. Cada pessoa tem um
sentido, um objectivo, ou mais. Mas não tem um “porquê” para existir. Tudo o
que existe foi porque assim teve de ser, e nada mais interessa. O sentido da
existência. Nada tem um sentido para existir. Porque se assim fosse, mesmo
antes de nascermos já estávamos incumbidos desta tarefa ou daquela, deste ou
daquele projecto de vida, da data do nosso nascimento, da data do nosso
casamento, da data da nossa morte, de tantas outras coisas que podem acontecer
num segundo e podem mudar tudo. Ainda falamos de um sentido à existência?
Existimos porque nascemos e porque ainda não morremos.
A existência não tem sentido. Nós é que temos sentido, porque nós
vivemos, porque cada um de nós é diferente, porque cada um de nós vive de
maneira diferente, porque cada um de nós sente de maneira diferente, porque
cada um de nós é único… Concluindo isto, então pode-se colocar a seguinte
pergunta: “Quantos sentidos tem a existência, já que existir por si só não dá
um sentido próprio?”
Existimos
porque alguém quis, não foi por acaso. É por isso que a nossa existência não
tem um sentido, mas sim nós próprios temos esse sentido, que construímos
conforme nos desenvolvemos, vivemos, enfrentamos a vida.
1 comentários:
É o meu nome em chinês.
Os rapazes fazem tatuagens noutro sitio que não a barriga, e eu fui para lá com medo já. x D
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